sábado, 19 de janeiro de 2013

Revista Científica UEG - Quirinópolis





Compartilho a satisfação do recebimento de um exemplar da UEG EM REVISTA V.1, N.7, com trabalhos dos professores(as) Regina Maria Pasquali, Nelson Jorge Silva Jr., Juciene Bertoldo, Dielle Silva Baldívia, Enídia Marques Dias, Valdemar de Paula Carvalho, Lucinete Rosângela Silva, Sulêima Costa de Oliveira, Isa Lúcia de Morais Resende, Randys Caldeira Gonçalves, Carla Rosa Soares, Leo do Amaral de Lima, Taianne Clemente de Araújo Nogueira, Danilo Rosa Alves, Tiago Moreira Borges, Washington Rodrigues da Silva Silva, Gilson Xavier de Azevedo, Sílvia Góis Luzia de Lima Simão e Jaquelaine Santos Rocha Soares, com artigos de grande interesse científico.

Parabenizo a todos pelas contribuições à ciência e ao saber em nossa Quirinópolis.

Agradeço pela dedicatória

^^Ao Dr Ângelo Rosa, grande amigo nosso e da Universidade Estadual de Goiás, esta simples lembrança dos professores Gilberto Celestino dos Santos, Valdemar de Paula Carvalho e Eurípedes Donizete Teixeira.

Muito obrigado professores.

Vamos continuar a luta pelo curso de Engenharia Agronômica!





sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A Revolução de 64 e a política em Quirinópolis



A Revolução de 64 muda os rumos da política em Quirinópolis

         Em 07 de outubro de 1960, o senhor João Hércules tomava posse na prefeitura de Quirinópolis. Ele era ex-presidente da Câmara na gestão do prefeito  Joaquim Quirino Cardoso, que era filho do coronel  José Quirino Cardoso e cunhado do coronel Jacintho Honório da Silva. Esta data e este mandato tem um valor simbólico como um divisor no destino da política em Quirinópolis.

João Hércules realizava uma boa gestão, tendo em vista a continuidade administrativa dos governos do tradicional Partido Social Democrático, PSD.  Viria abrir a  estrada  que liga o povoado do Tocozinho à Castelândia, cortando os cerrados fechados da região, dando a ela a dimensão de uma rodovia. Firmou convênio  com o Consórcio Rodoviário Municipal, CRISA, para pavimentar com cascalho a rodovia para Gouvelândia. Construiu novo prédio para abrigar a prefeitura municipal, na Praça São Sebastião; edificou o Grupo Escolar Olga Parreira, bem como a nova Cadeia Pública. Conseguiu com o governador Mauro Borges  a construção dos prédios  onde hoje funcionam o Colégio Pedro Ludovico Teixeira, o Grupo Escolar Lauro  Jacintho e o posto de saúde hoje denominado Juca Severiano.

         Antes do término de seu mandato, deu-se a Revolução de Março de 64. Era esta a senha que precisavam as oposições para mudar rumos de políticas tradicionais, em todo o país.  Na Câmara Municipal de Quirinópolis, encarregavam-se os vereadores oposicionistas a  mover processo administrativo contra o prefeito João Hércules, que sem ter onde se agarrar para sua defesa, decidiu renunciar. O seu vice-prefeito era o ex-prefeito Joaquim Quirino, que andava afastado da cidade. Isso foi o  bastante  para que um militante da oposição à política tradicional viesse a cena para distribuir folheto com os dizeres: “ Quirinopolino, você mora em Quirinópolis, mas seu prefeito mora em Barretos”. No caso, este feito coube a Moacir Alexandre de Macedo, que ensaiava seu projeto de disputar a eleição para a Câmara Municipal. Diante da insegurança reinante, o vice-prefeito Joaquim Quirino também renuncia. Assumiu a prefeitura o Presidente da  Câmara, Fábio Garcia da Silveira, que pertencia ao PSD, mas, para se resguardar, decide ficar do lado das forças dominantes - adere a UDN,  para concluir o seu mandato.

         Em 1965, Hélio Campos Leão  se candidata pela terceira vez e consegue se eleger  ao derrotar o udenista Raul Pereira Ramos. Era seu vice Francisco Quirino Cardoso, irmão do ex-prefeito Joaquim Quirino, que havia renunciado meses atrás. 

Os vereadores foram eleitos um ano depois, em 15/11/66, por novas siglas partidárias.  Pelo Movimento Democrático Brasileiro, MDB, sucedâneo do PSD, elegeram-se: Onílio Venâncio de Oliveira, Jovani Inácio de Araújo, Lino da Costa Filho, Dalvo Antônio Carvalho Gouveia e Francisco Rosa Ribeiro. Pela Aliança Renovadora Nacional, ARENA, sucedânea da UDN: Melquíades  Gonçalves Rodrigues, Cristovam Rios Veloso, Moacir Alexandre de   Macedo e Newton Oliveira.

Hélio Leão,  seu vice Francisco Quirino e o presidente do MDB, também ligado aos Quirinos, foram a Goiânia pedir apoio do governador Otávio Lage, da antiga UDN. No retorno, disseram que foram bem recebidos, mas, conforme espalharam para a população, ajuda só seria possível com a adesão destes à ARENA. Como se recusaram, o prefeito confirmou que sofrera retaliações, como a da vinda de uma comissão do departamento de assistência aos municípios do estado para verificar a prestação de contas do município,  com a finalidade indisfarçável de pressioná-lo a aderir. Por outro lado, na Câmara Municipal, os vereadores ligados ARENA tencionavam as reuniões, ao usar forças policias do governo, para coagir os emedebistas. Neste clima, o vereador Dalvo Antonio Carvalho Gouveia, administrador de um porto interestadual, na divisa com Minas Gerais, decide passar para a ARENA, braço partidário da Revolução de 64. Enquanto isso, a administração  do prefeito Hélio Leão segue seu rumo, com os recursos da própria municipalidade.

Os reflexos destes acontecimentos viriam a seguir, na escolha do candidato para a sucessão de Hélio Leão. Realista, o velho líder teria  confidenciado aos seus correligionários, em reunião do diretório do MDB, que sua intenção era apoiar o candidato Humberto Xavier, que era um moço que gozava de bom conceito na cidade. Pertencia aos quadros do fisco estadual, era filho de um antigo companheiro do PSD, o pioneiro Lázaro Xavier, ex-aluno do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva (NPOR) e que tinha evidentes ligações como a política do momento. Seria melhor para todos - um candidato único, naquele momento. Mas, militantes do velho PSD, mais radicais, não aceitaram. Decidiram concorrer, mesmo antevendo o  resultado adverso. 

Veio a eleição e confirmou-se a expectativa: foi expressiva  a diferença de votos em favor do candidato a prefeito Humberto Xavier e de seu vice Dalvo Antônio de Carvalho Gouveia. Sua vitória teve o significado da ruptura com o antigo, com o tradicional na política quirinopolina. Apesar de ninguém contestar o fato de que os políticos tradicionais muito fizeram pelo desenvolvimento do munícipio, estava a chegar ao fim o poder dos coronéis, que se fazia com a participação quase sempre  obrigatória de um membro da família Quirino e sob a proteção do velho coronel Jacintho Honório da Silva, chefe político maior do velho PSD. Pela da força da ditadura, mudou-se o quadro político no município, mas Hélio Leão, que era o braço direito destas forças, ainda tentou permanecer em atividade na política: disputou outras eleições mas, diante dos fatos e da nova realidade, não logrou êxito. Assim, encerrava-se, depois de quase 50 anos de dominaçãoum ciclo político de inquestionável significado para Quirinópolis.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nerivaldo Costa, um notável líder de Quirinópolis

Um líder carismático e bem sucedido


 

Estudos: Escola Técnica de Comércio (2.º Grau)
Profissão:Contador e Fazendeiro
  Nascimento: 18 de maio de 1943, Quirinópolis, GO
Filiação: Izaura Alves da Costa
Cônjuge: MariaNazareth de Lima Costa
   Filhos: Maria Clarice, Ana Lúcia e Ana Carolina 


Nerivaldo Costa foi um político muito popular. Líder pelo seu carisma e pelo servir ao próximo. Era atencioso, solícito e amável com as pessoas. Nunca deixava de abraçar a todos que o procuravam. Dono de um largo sorriso,  ele irradiava alegria pelas repartições por onde passava. Era amigo dos principais líderes políticos goianos. Possuía expressivo curriculum por serviços prestados, ao ocupar cargos em todos os escalões do Governo de Goiás.  Pela sua relevante história, Nerivaldo sempre será lembrado como um dos mais notáveis quirinopolinos. 
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                Embora lembrado como descendente do coronel Antônio Rodrigues Pereira, um pioneiro que chegou a possuir 16.000 alqueires de terras na região, onde hoje se encontra o município de Quirinópolis, Nerivaldo Costa veio de um berço muito humilde.  Era filho de Joaquim Rodrigues Pereira e Izaura Alves da Costa e foi criado ao lado da mãe, que lutava com dificuldades diante de poucos recursos para manter seus filhos. Ainda jovem foi acometido por grave doença pulmonar, tendo sido socorrido por uma ação solidária de amigos da família, que viabilizou sua ida para São Paulo, onde foi submetido a uma cirurgia radical, perdendo dois terços de sua área pulmonar.
                Adolescente, Nerivaldo Costa chamava a atenção da comunidade quirinopolina pelo seu carisma e facilidade em se comunicar, sendo considerado um garoto muito inteligente. Com a ajuda de amigos mudou-se para Goiânia, com objetivo de dar continuidade a seus estudos, onde se matriculou na Escola Técnica de Comércio. Diante de sua clara aptidão política, logo se apresentou para a disputa da presidência da entidade estudantil daquela instituição. Dono de boa oratória foi eleito e destacou-se como líder estudantil na capital goiana.
                De volta a Quirinópolis, aos 22 anos, foi estimulado a participar da eleição municipal de 1965, em parceria com o velho líder João Batista da Rocha. Embora sem o desfecho esperado,  o ensaio serviu para mostrar suas ideias e poder de articulação. Com a eleição de Humberto Xavier a prefeito, em 1969, o jovem Nerivaldo foi convidado a assumir Secretaria de Administração da Prefeitura Municipal. Pela sua dedicação e pela forma de atender as demandas sociais despertou a atenção da comunidade quirinopolina.
                Em 1972, aos 29 anos de idade, candidatou-se a prefeito, pela ARENA, tendo como candidato a vice-prefeito Altair Martins Parreira. Vitorioso, tomou posse em 01 de fevereiro do ano seguinte. Como prefeito se preocupou com a infraestrutura urbana: instalou rede de esgoto nas principais ruas e avenidas da cidade; buscou parceria com o governo estadual para implantação dos serviços da SANEAGO; implantou o Departamento Municipal de Asfalto Urbano, dotando-o dos equipamentos necessários, com os quais asfaltou boa parte das vias públicas da cidade. Projetou e iniciou a construção do atual terminal rodoviário. Providenciou a implantação do sistema DDD e DDI de telefonia. Concluiu as obras do matadouro municipal.  Na zona rural instalou várias escolas, construiu pontes e cuidou das estradas.  Com o apoio do deputado Humberto Xavier viabilizou junto ao governo estadual o asfaltamento do trecho Lagoa do Bauzinho-Córrego do Castelo, da GO-164, para a ligação de Quirinópolis à Goiânia, assim como a construção de armazém graneleiro da CASEGO.  Junto ao governo federal, viabilizou a construção de um graneleiro da CIBRAZEM. Seu destaque administrativo foi a implantação da assistência social sistematizada, com recursos exclusivos da prefeitura. No distrito de Gouvelândia construiu 100 casas populares, posto de saúde, subprefeitura e a Escola Rubens Carneiro dos Santos.
                Ao deixar a prefeitura, em 1977, não dispunha de bens para adquirir um carro para seu uso pessoal. Os seus ex-auxiliares na prefeitura decidiram recolher contribuições entre si e de alguns amigos, para presentear-lhe com um veículo popular.
                Sua carreira política teve sequência através de convites para ocupar vários cargos na administração estadual. Foi diretor de Controle e Arrecadação do Instituto de Previdência Social de Goiás IPASGO e diretor administrativo da Goiás Hortigranjeira.  Ao retornar a Quirinópolis, em 1985, foi convidado a assumir a diretoria administrativa da Cooperativa AGROVALE. Em 1986, foi eleito deputado estadual.  Em 1988, tornou-se vice-prefeito de Quirinópolis, ao disputar a eleição na chapa encabeçada pelo ex-prefeito Onício Resende.  Em 1990, foi reeleito para a Assembléia Legislativa. Chegou à vice-presidente desta Casa de Leis, em 1994. Com a ascensão do presidente Agenor Resende ao cargo de Governador de Goiás, devido ao afastamento do governador Iris Resende, candidato ao Senado, e do vice-governador Maguito Vilela, candidato a Governador, Nerivaldo Costa torna-se na linha de sucessão vice-governador de Goiás. Em 1994, assumiu o cargo de presidente regional do Partido Progressista Brasileiro, PPB, e nesta condição disputou a eleição como candidato a vice-governador, pela coligação PFL/PPB, encabeçada por Ronaldo Caiado, sem lograr o êxito desejado. Em 1996, disputou a eleição municipal, pela coligação PMDB/PDC, em chapa encabeçada pelo ex-deputado Ângelo Rosa, para prefeito, pleito que foi vencido por Odair Resende, pela diferença de 156 votos. À convite do governador Marconi, em seu primeiro governo, assumiu os cargos de secretário de Governo para Assuntos Parlamentares e superintendente de Administração e Finanças da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Habitação. Com a reeleição de Marconi, Nerivaldo Costa assumiu a diretoria administrativo-financeira do DETRAN. Em 2006, disputou novamente a eleição para prefeitura municipal de Quirinópolis, pelo Partido Progressista, PP, pleito que foi vencido por Gilmar Alves, do PMDB. No governo de Alcides Rodrigues foi nomeado diretor administrativo financeiro da CELG. Posteriormente assumiu a presidência do DETRAN.
                Em 2010, acumulava a condição de presidente do DETRAN e de principal articulador político do governo Alcides Rodrigues que estava a findar, quando foi acometido por grave crise respiratória que de forma crônica o atormentava, devido a sua limitação pulmonar.  Foi levado para tratamento intensivo no Hospital Anis Rassi. Liberado para a continuidade do tratamento em sua casa sobreveio uma parada cardíaca, vindo a falecer no dia 20/10/2010, minutos após ser atendido no Hospital São Salvador.