segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Meus belos Ipês floridos

    




         Há no país um complexo de nove ou dez espécies do gênero Tabebuia,  palavra tupi que significa “árvore de casca grossa”. Os ipês posuem características mais ou menos semelhantes, com flores amarelas, brancas, rosas ou roxas. São popularmente conhecidos como ipê, ipé e  pau d' arco.     

           O ipê é uma árvore diferente da maioria das outras: quando suas flores nascem, as folhas caem dos galhos. Quando se vê um ipê florido, sabemos que a primavera está próxima — a maioria dos ipês floresce no final do inverno ou no começo da primavera. A imagem do ipê é bastante representativa do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil.

              O Ipê Amarelo é considerado a mais bela árvore do cerrado e também a mais conhecida. Na foto do alto pode se ver um Ipê Amarelo do cerrado, típico, com sua floração nas secas. Não há região do país onde não exista pelo menos uma variedade de Ipê, mas estão ficando cada vez mais escassos no seu habitat natural.  Eles proporcionam um belo espetáculo, com sua floração em  arborização de ruas em muitas cidades brasileiras. São lindas árvores que embelezam e promovem um colorido no final do inverno. Existe uma crença popular de que após sua floração não ocorre  mais geadas.

          A madeira dos ipês é considerada de lei — quer dizer, é madeira de qualidade. Por ser dura e resistente, é empregada na construção civil e naval, em assoalhos, vigas, eixos de rodas e peças de marcenaria. Por ser muito procurada, as árvores de Ipês devem ser plantadas em grandes quantidades, por reflorestamento,  para poupar as existentes na natureza muito  procuradas  e evitar  o risco da extinção. 

           Suas flores são lindas e embelezam as ruas em que se encontram. As árvores florescem no inverno e na primavera. O ipê-roxo é o primeiro a florir: de junho a agosto nas regiões quentes, um pouco antes nos locais mais frios. O ipê-amarelo floresce entre agosto e setembro e o ipê-branco, de setembro a outubro.

              O ipê é a árvore-símbolo do Brasil.  Infelizmente, são  considerados vulneráveis quanto à ameaça de extinção na natureza.  As diversas espécies de ipês podem ser perpetuadas por sementes ou mudas.  Cada vez mais são adotada em quintais, sítios ou em reflorestamentos. Depois de  plantadas, em curto espaço de tempo estarão alegrando o seu meio ambiente.

             Adote um Ipê. Você estará contribuindo para salvar da extinção uma maravilha da natureza



Acesse o link do youtube abaixo e ouça:

Sinfonia de Ipês

http://www.youtube.com/watch?v=2Iy-qqwXeXU&sns=e 

Acesse o link do yuotube a seguir:


LIU E LEO - O IPE E O PRISIONEIRO.wmv - YouTube

Vídeo de meu ipe florido liu e leu▶ 3:42www.youtube.com/watch?v=AIVhEuZeo1M
17/04/2012 - Carregado por Marcelo Bissi
O Ipê e o Prisioneiro (ipê Florido) Liu e Léu
 Quando a muitos anos fui aprisionado nesta cela fria do ... 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O primeiro morador de Quirinópolis (incompleto)

João Crisóstomo – pioneiro e primeiro valentão de Quirinópolis

              O primeiro morador da região de Quirinópolis foi João Crisóstomo de Oliveira Castro, que veio de Ouro Preto, Província de Minas Gerais, em 1832, trazendo consigo parte da família, comitiva e escravaria. Ocupou uma vasta área de terras para a criação de gado, naquela desabitada parte do território do Sudoeste Goiano. Conforme relata o escritor Bernardo Elis, no comentário cultural intitulado “Agora Aparece um Machão”, publicado em seu livro “Goiás Em Sol Maior”, o tal João Crisóstomo saltou o rio Paranaíba, próximo ao local onde hoje está Itumbiara e “se adentrou no mais afastado do sertão, no meio da mataria virgem, que ele era homem de gostar de gritar e não escutar ninguém por perto para responder,” alcançando a região do ribeirão Fortaleza, nas imediações do seu afluente, o córrego Água Limpa, como hoje é conhecido.  

             O padre Antonio Dias veio em seguida para rezar e abençoar o lugar, mas teve que se retirar rápido, porque também de reza e de padre, naqueles tempos, o desbravador não gostava.
 
            Passados alguns anos, chegou Custódio Lemos do Prado, vindo de São Paulo, também com muitos escravos e comitiva enorme, instalando-se na região do córrego, que mais tarde se chamou Ronda, hoje no município de Gouvelândia.  Ao recém-chegado, o tal Crisóstomo deu ordem para que se retirasse, mas o Custódio, como relata Bernardo Elis, “ficou coçando o umbigo, começou a abrir roça, botar cocho de sal para o gado, fazer rancharia. Durou pouco a faroma, até que um dia toparam com ele morto na estrada, sem que nunca ninguém soubesse quem houvera sido o matador. Ora, então quem ia matar esse paulista? Não vê que devia de ter sido suicídio!”

            Alguns anos depois, vindo de Franca, em São Paulo, apareceu na região o tenente da guarda - nacional José Vicente de Lima, que era médico. Foi aí que João Crisóstomo, ao admitir que já não estivesse mesmo com o coração muito bom, resolveu vender-lhe alguns milhares de alqueires.  Como nada de ruim dura para sempre, enquanto cuidava do coração do João, o velho Lima trouxe parentes e amigos, dando expressiva ajuda à região.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Comissários, comitivas e seus peões



O Comissário e a Comitiva



           As comitivas eram formadas por grupos de peões de boiadeiro e suas montarias, geralmente mulas ou burros, embora também fossem usados cavalos, que faziam o transporte das boiadas pelas estradas de terra, chamadas de “estradões”, de uma fazenda à outra ou da invernada para o matadouro, percorrendo grandes distâncias, durante dias a fio, que eles chamavam de “marchas”, antes do advento dos caminhões-gaiola e das estradas pavimentadas.


             Esse fenômeno sócio-econômico e cultural ocorreu na região compreendida pelo norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, praticamente extinguindo-se no Estado de São Paulo na década de oitenta do século vinte, valendo notar que a última boiada conduzida para abate na cidade de Barretos foi no ano de 1.986, pelo comissário Wilson Pimentel.


            Considerando a grande abrangência dessa atividade no tempo e no espaço, é importante salientar que a terminologia empregada, bem como os usos e costumes dos boiadeiros, podiam variar.


                O comissário era o dono da comitiva. O ponteiro era um peão experiente e conhecedor das estradas, que ia à frente tocando o berrante, nos momentos apropriados, para atrair, estimular a marcha ou acalmar o gado e dar sinais para os demais peões. Os rebatedores eram os peões que cercavam o gado, impedindo que se espalhassem. Os peões da culatra iam na retaguarda da boiada. Os peões da “culatra manca” ficavam para trás tocando os bois que tinham problemas para acompanhar a marcha da boiada, por cansaço, ferimento ou doença. O cozinheiro saía mais cedo que os demais integrantes da comitiva, conduzindo os burros cargueiros com suas bruacas, nas quais levava os mantimentos e tralhas de cozinha, até encontrar um rio em cuja margem pudesse preparar a refeição, ou seja, “queimar o alho”. Conforme destacado acima, a terminologia podia variar de região para região.


             A comida era constituída, basicamente, de arroz de carreteiro, feijão gordo, paçoca de carne feita no pilão, e carne assada no “folhão” (chapa), podendo variar, conforme as circunstâncias, de região para região ou de comitiva para comitiva, de modo que não havia um cardápio único para todas.


            O berrante é uma buzina feita de chifres de boi unidos entre si por anéis de couro, metal ou chifre mesmo, e era usado pelos ponteiros para atrair, estimular ou acalmar o gado e dar sinais aos demais peões da comitiva. Ele emite sons, que podem ser graves ou agudos, dependendo do toque, a partir das vibrações do ar feitas pelos lábios do berranteiro em contato com o bocal mais estreito do instrumento. Esse bocal varia de acordo com a forma dos lábios, podendo ser mais raso ou mais fundo.


            São vários os tipos de toque do berrante, que se diferenciam de acordo com a situação. No concurso de berrante realizado no setor da “Queima do Alho” da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, são exigidos dos concorrentes os seguintes toques: 1º – saída ou solta: toque sereno destinado a despertar a boiada pela manhã; 2º – estradão: toque que reanima a boiada na estrada, é repicado, semelhante ao som do soldado marchando; 3º – rebatedouro: toque de aviso de perigo, semelhante ao toque de clarim; 4º – queima do alho: aviso de que o almoço está pronto; 5º – floreio: toque livre, podendo ser uma música.


         O peão de boiadeiro, integrando a sua comitiva, percorria léguas e mais léguas pelo sertão, durante dias e até meses, tangendo o gado no lombo de mulas, vivendo toda a sorte de aventuras no estradão, ora enfrentando situações de perigo, como quando a boiada estourava ou tinha que cruzar um rio caudaloso, ora vivendo romances com as mocinhas nas vilas por onde passava, ora se divertindo com os companheiros à noite nos pontos de pouso, onde tocavam viola e dançavam o catira.


        O peão de boiadeiro por onde passava despertava a paixão das moças, a admiração dos jovens que queriam tornar-se um deles e o respeito dos demais homens, tal como os cavaleiros andantes da Idade Média. Garbosos em seus trajes típicos, com chapéu de aba larga, lenço no pescoço, guaiaca, bombachas, botas de cano alto e chilenas tinindo a cada passo. Suas mulas eram arreadas com esmero, a tralha cheia de argolas de metal reluzente (alpaca). Na garupa, além da capa “Ideal” no porta-capa de vaqueta, cheio de franjas e “margaridas”, pendia da anca direita o “cipó” (laço) de couro de veado mateiro.


         Pena que o progresso tenha decretado o fim do chamado “transporte elegante das boiadas”, restando dos peões de boiadeiro apenas as lembranças e as saudades...

          Não é à toa que as mais belas modas de viola, legítimas manifestações do rico universo cultural do homem do campo, que nos fazem chorar de emoção, têm como tema a vida do peão de boiadeiro. Disso são exemplos as modas: “Boi Soberano”, “Ponteiro de Boiada”, “O Menino da Porteira”, “Boi Fumaça”, “Os Três Boiadeiros”, “A Volta do Boiadeiro”, “Saudosa Vida de Peão”, “Berrante de Ouro”, “Mágoa de Boiadeiro”, “Velho Peão”, “Travessia do Araguaia”, “Boiadeiro Errante”, além de outras tantas que nem daria para enumerar neste espaço exígüo.


            O maior movimento das comitivas passou a ser em direção à cidade paulista de Barretos, a partir do ano de 1.913, quando se instalou ali o primeiro frigorífico do Brasil. A Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos foi criada no ano de 1.956, inspirada nas comitivas e na figura do peão de boiadeiro.



  Adaptação do texto de Aguinaldo José de Góes



 

    

domingo, 30 de novembro de 2014

Lajimeira ou Lagimeira - a pinga do Chico Corrêa, de Quirinópolis



       Lá pelos tempos da Capelinha, denominação dada a fase primordial da cidade, que perdurou por décadas,  um produto do povoado alcançava a  fama por toda a região. Em Goiás, era procurada principalmente por  comerciantes, políticos,  servidores públicos e  visitantes, que aqui a experimentava.

     Era a pinga Lajimeira, uma bebida fabricada por alambiques do senhor Francisco Corrêa Neves, o Chico Corrêa, um pioneiro de Quirinópolis, na região da Bruaca, em tonéis de carvalho ou de bálsamo e com algum segredo, que ninguém foi capaz de descobrir, pois não se viu outro produto, com aquela qualidade. Diz-se que ela teria sido levada até para a Alemanha, onde conquistou muitos apreciadores.

         Quando estudava na capital goiana, pude verificar que o nome de Quirinópolis era lembrado por aquela caninha. Muitos me perguntavam se eu era da terra da Lajimeira. Surpreendentemente, ela era muito conhecida por lá.

       Havia muita procura por aquele produto que desapareceu de forma inexplicável. Os apreciadores queriam saber se alguém ainda possuía algum litro ou garrafa. Era coisa de muito valor. 

     Até pouco tempo, era possível ver no mercado alguns exemplares supostamente deste precioso líquido. Mas, não tinham a mesma qualidade. Tratava-se de falsificação, por parte de aproveitadores, que queriam levar alguma vantagem devido a fama do produto antigo.

        Essa história é pouco conhecida dos mais jovens, mas deve ser divulgada para conhecimento de todos, que uma famosa caninha produzida nesta terra, com a marca  Lajimeira, fez tanto sucesso, com uma demanda inusitada e foi um referencial da capacidade de nossa gente em produzir coisa boa.

                Angelo Rosa Ribeiro, 71, quirinopolino, ex-deputado, ex-secretário estadual de agricultura, ex-secretário estadual de planejamento e coordenação.

             

Dr. Sizenando Martins - médico e político de Quirinópolis


Dr. Martins, médico e político em  Quirinópolis, ao centro, e o prefeito Hélio Leão, à direita, em 1953.

             Em 1937, mudou-se para Quirinópolis o médico baiano Sizenando Martins, que morava em São Paulo. Tendo montado o primeiro consultório médico do povoado. Sem muitos recursos, foi um pioneiro da área, que salvou muitas vidas, ganhando muita popularidade. Casou-se com Myrtes Lima, filha de seu conterrâneo Joao Lima, que já morava há vários anos no povoado.


            Além de medicina, o Dr. Martins gostava de política. Foi ele quem levantou pela primeira vez a hipótese da emancipação política de Quirinópolis, em conversa em sua casa com o Coronel Jacinto Honório e o farmacêutico Gilberto D'Abadia Ferreira, quando todos aprovaram a ideia, levando o Coronel a assumir a responsabilidade pela questão.

             Em 1950, o Dr. Martins já tinha larga folha de serviços prestada como médico e era uma figura muito conhecida e querida da comunidade. Tinha se filiado a União Democrática Nacional, a UDN, acompanhando o seu sogro, João Lima, chefe do partido e um influente líder da cidade. Seu adversário era o vereador Hélio Campos Leão, do forte Partido Social Democrático, PSD, com o apoio das famílias Jacinto e Quirino, as grandes forças da política e dos negócios da pecuária local. A eleição se deu em 03 de outubro de 1950, mas o resultado foi a vitória de seu concorrente, por larga margem de votos. Mesmo derrotado, o Dr. Martins confirmou ser um político idealista e de forma elegante e construtiva deu total apoio a administração de Hélio Leão, cuja primeira-dama, Olga Lima, era sua cunhada. Este modo de pensar e participar fez com que começasse na política pela UDN, um partido de oposição rival ao PSD, e migrasse para o Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, que era uma sigla mais independente e menos inflexível para apoiar as administrações comandadas por Hélio Leão, apoiado pelas famílias aliadas dominantes. Do grupo político do qual fazia parte o Dr. Martins destavam os líderes da família Lima, que fizeram história, com um ex-prefeito nomeado – Flávio Fernandes Lima, em 1947, o presidente da UDN, João Lima, e os vereadores Érico Fernandes Lima e Lauro Lima, este advogado de renome à época na cidade.

            Em 1954, o Dr. Martins voltou a disputar uma eleição, desta feita na disputa por um vaga para a Câmara Municipal, agora pelo PTB, quando foi eleito com 102 votos. Em 1960, pelo mesmo partido, disputou nova vaga para o legislativo. Desta vez, chegando a a condição de presidente da Câmara, para o perído de 01 de fevereiro de 1963 a 21 de janeiro de 1965.

              Quando deixou a cidade o Dr. Sizenando Martins já era um homem idoso. Doou boa parte de sua vida, como médico e como a agente político, à comunidade. Teve um papel destacado, merencendo as honrarias de um ilustre pioneiro da saúde e de um dedicado benfeitor da área social, que muito fez por Quirinópolis.

Coisas do Dr. Martins

         São muitas as histórias do Dr. Martins, que as pessoas do lugar gostavam de contar. Era de conhecimento geral que tinha uma caligrafia sofrível. Havia somente uma farmácia na cidade que aviava suas receitas e só uma funcionária decifrava seus rabiscos feitos com muita rapidez, com era seu estilo. Certa vez, conta-se, que ele prescreveu uma medicação que a funcionária não conseguiu entender. Então, o jeito foi voltar para que o médico falasse que remédio era aquele. Ao pegar a receita, olhou-a rapidamente e pediu: “entre, entre...fale o que estava sentindo" - por que nem ele conseguiu decifrar o que tinha escrito.

           Um caso hilárico aconteceu com um senhor da região das Sete Lagoas, que chegou com o dedo indicador em riste, com um panariço na sua ponta. Ao invés de só examinar, o médico disse: “isso é coisa atoa, deixa eu ver” e rapidamente apertou o dedo inchado do paciente com a intenção de provocar o rompimento do abscesso. Como estava muito inflamado, a resposta foi um murro em seu peito, derrubando-o.

           De suas receitas, as pessoa diziam: pode ver que tem Tetrex e Heparema - um dos poucos antibióticos existentes à época e um remédio para o fígado respectivamente, que gostava de receitar.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

GO-319 - Um novo caminho para Goiânia

Quirinópolis>Castelândia>Porteirão>Edéia>Indiara>Goiânia


A luta do ex-deputado Ângelo Rosa

              O asfaltamento para Castelândia teve início no governo de Naphtaly Alves, quando o ex-deputado Ângelo Rosa era seu Secretário de Planejamento e Coordenação. Naquela época foi possível priorizar a construção dos primeiros 5 (cinco) quilômetros no trecho que ia do Trevo de Quirinópolis ao Povoado do Tocozinho ou Denislópolis. A continuidade das obras foram interrompidas por alguns anos.


        A ligação Tocozinho-Castelândia tornava-se necessária para completar um importante corredor rodoviário, ao ligar Indiara à Quirinópolis e ao Porto de São Simão, cortando o produtivo vale dos rio dos Bois, pela sua margem esquerda, onde desenvolve-se intensamente o agronegócio. Por sinal, essa região também será cortada pela Ferrovia Norte-Sul. Além da evidente viabilidade econômica, a rodovia permitirá uma ligação das cidades do Extremo Sudoeste Goiano com a capital goiana por um percurso bem menor, cerca de 30 (trinta) quilômetros, que o atual por Santa Helena e Acreúna.

             As cobranças continuaram nos governos seguintes. Para reinício das obras contribuiu o  governador Marconi Perillo, que retomou negociações com a empreiteira, ao atender os pedidos de Odair Resende, deputado Nilo Resende e do ex-deputado e assessor parlamentar Ângelo Rosa. Marconi retomou a obra e a visitou em andamento, no final de seu segundo  governo. Mas é preciso que se faça justiça ao ex-governador Alcides Rodrigues, de quem Ângelo Rosa foi assessor especial, pelo seu compromisso com o asfaltamento até Castelândia, assumido ainda na campanha eleitoral, naquela cidade, na presença do assessor especial citado, do deputado Nilo Resende, outro destacado lutador pela rodovia, que leva o nome de seu pai, Onício Resende; do presidente da Câmara de Quirinópolis, vereador Valderi Barbosa; vereador Célio Rosa, ex-vereador Anádio Rosa e outras lideranças de Quirinópolis e Castelândia. Nesta ocasião, o governador pediu que todos dessem as mãos para formar uma corrente pela compromisso que assumia, dela fazendo parte o ex-deputado Nerivaldo Costa, amigo pessoal do governador Alcides Rodrigues, que deu decisiva ajuda para a execução do asfaltamento até  o povoado do Tocozinho. 

            Ao constatar, em agosto de  2014, a inexistência de projeto técnico atualizado para a construção da rodovia, o ex-deputado Ângelo Rosa informou ao prefeito Odair Resende e solicitou ao deputado Heuler Cruvinel e ao assessor Ronivon Ferreira, que o acompanhasse na Agência Goiana de Transportes, AGETOP. Numa quinta-feira, dia 05 de setembro de 2013, foram recebidos pelo presidente  Jaime Rincon, de quem cobraram providências sobre o andamento da obra (veja a foto), em virtude  do compromisso do governador Marconi Perillo com a mesma. 


          O presidente, diante da legitimidade da cobrança, ouviu sua assessoria técnica e determinou imediata realização do projeto técnico, a primeira providência concreta para a conclusão das obras interrompidas no povoado do Tocozinho, que por determinação do governador Marconi Perillo já teria dotação orçamentária definida.


               Como está programada  a conclusão do asfaltamento do trecho Edéia - Porteirão para o final deste ano, ficará restando apenas o asfaltamento do trecho Tocozinho - Castelândia para que toda a rodovia esteja asfaltada e liberada ao trânsito.


             Com o projeto técnico elaborado, o governo de Goiás viabilizará recursos para completar esta importante obra, que é desejada por toda a população do extremo Sudoeste Goiano.O compromisso do governador era iniciá-la ainda em 2014, mas deve pelo menos licitá-la.

Foto de Francisco Rosa Ribeiro, em 2013, aos 97 anos


       
           Esta foi uma das últimas fotografias do senhor Francisco Rosa Ribeiro, o Chico Preto, ainda bem de saúde, ao seu estilo alegre e espirituoso, com certeza indo para sua fazenda no Córrego Grande, na região das Sete Lagoas, berço de sua família e o lugar que mais gostava de frequentar.

terça-feira, 11 de março de 2014

Frei João Batista Vogel, OFM, atua em Quirinópolis




O dinâmico e realizador Frei João Batista Vogel 


         Antes de vir para o Brasil,  Frei João Batista Vogel lecionara e ocupara um posto na administração do ‘Timon Hugh School’, em Búfalo, EUA. Ordenado sacerdote em 1945, o jovem frade lecionou durante sete anos. No Brasil, depois de servir durante um ano em Pires do Rio-GO, foi para o Colégio São Francisco, em Anápolis-GO, onde haveria de trabalhar por oito anos e onde tornou-se o segundo diretor do referido Colégio.

       Quando de sua passagem pela instituição de ensino já havia adquirido um invejável domínio do idioma português e foi, neste período, encarregado de organizar o curso de aculturação para missionários estrangeiros, oficialmente inaugurado em 1960. O Centro de Formação Intercultural originalmente sediado em Anápolis foi transferido para Petrópolis, no Rio de Janeiro.

           Ao retornar a Goiás, em 1965, o frade pediu um apostolado diretamente ligado a cura de almas e foi enviado como vigário a paróquia de Nossa Senhora da Abadia, em Quirinópolis. Administrou a paróquia conforme o plano pastoral em conjunto com um programa primorosamente planejado e executado com sua reconhecida capacidade administrativa e espiritualidade profunda.

           O instituto São José, fundado sob orientação de Dom Benedito para o treinamento de líderes leigos, serviu como grande impulso para revigorar toda a região sul da Diocese de Jataí. Naquela época, Frei João entrosou-se com o cursilho da cristandade do qual foi assíduo promotor como também o fora da Legião de Maria e depois seria da Renovação Carismática Católica, em movimentos que fortaleceram a Igreja e avivaram a fé dos seus seguidores.

             Depois de seis anos em Quirinópolis ele foi novamente chamado para Anápolis, aonde desenvolveu relevantes serviços como educador, orador e comunicador e dedicou-se ao apostolado radiofônico. Ali criou várias instituições no setor de comunicação ligadas  à igreja.


            Pouco tempo depois, após descobrir que estava com leucemia, Frei João Batista Vogel retornou aos Estados Unidos e faleceu em Boston, no dia 25 de novembro de 1975, aos 54 anos de idade, dos quais 23 dedicados a causa da igreja.

               Em sua passagem por Quirinópolis, mostrou-se dinâmico e operoso. Homem do diálogo e de ações, que envolveu toda a comunidade, criou vários projetos sociais e  fez com que a paróquia, antes ‘fria e indiferente’, viesse a se tornar operosa e vibrante, um modelo para o Estado. Pela dimensão e importância do trabalho que aqui desenvolveu foi lembrado e referenciado pela população católica e recebeu do poder público municipal justa homenagem, com seu nome dado a uma rua da cidade para que fosse sempre lembrado pela contribuição dada a igreja e a comunidade, como um todo. 

              Em todo Estado há referências ao trabalho do Frei João Batista Vogel com lembranças do tipo nome de rua como é o caso das cidades de  Catalão, Aparecida de Goiânia e de Anápolis. Nesta emprestou também seu nome ao Colégio Estadual Polivalente e a uma Fundação da qual fazem parte a Rádio São Francisco, 670 AM e  Rádio 96 FM, de Anápolis. Conforme a Ata de Constituição da Fundação Frei João Batista Vogel ela é de caráter permanente e tem por fim  “propugnar pela formação cívica, moral, cultural, educacional, religiosa, artística, literária por meio da divulgação escrita, falada, televisada, bem como especificamente pela promoção das vocações religiosas dos Frades Menores e das Irmãs Franciscanas, dentro do espírito democrático e da formação cristã”.

       Morreu o homem, mas literalmente ficou o seu nome como referência para novos religiosos, que poderão repetir seus feitos e também se tornarem imortais pela dedicação a causa de Deus e de seus semelhantes, como bem o fez Frei João Batista Vogel.



             Ângelo Rosa Ribeiro, com informações extraídas da Ata de Constituição  da Fundação Frei João Batista Vogel,, na cidade de Anápolis, GO.
  

Pr. Salatiel Lopes - um respeitado líder religioso

  
Desparece um líder religioso, pioneiro da Assembléia de Deus

         Em 10 de abril se 1935 nascia Salatiel Lopes da Silva, no Estado do Rio Grande do Norte, onde alguns anos mais tarde casa-se com a jovem Eunice Lopes, com quem adquire uma grande família.

           Em 1956, o casal muda-se para Minas Gerais e ingressa na Igreja Assembleia de Deus. Em 1967, aos 32 anos, veio para Goiás para dedicar-se ao ministério da igreja. É considerado um pioneiro da Assembleia de Deus em Goiás e um grande pregador da palavra de Deus. Foi um homem de bem, defensor da família,  preocupado com as questões espirituais e sociais e que realizou um dos melhores trabalhos em favor da igreja no Sudoeste Goiano.

     Por três vezes esteve a frente da igreja em Quirinópolis e serviu como dirigente também nos municípios de Caçu, Bom Jesus de Goiás, Santa Helena e Jataí. Trabalhou por 53 anos pela causa religiosa, sendo 45 anos como pastor no Sudoeste Goiano. Por onde passou sempre deixou vários templos construídos, significativo trabalho assistencial e fortaleceu a igreja com muitas pessoas convertidas, através de suas pregações e força espiritual.

            Em 14/12/2009, em solenidade que contou com a presença de autoridades políticas e religiosas, entre elas os deputados estadual Daniel Messac e o federal João Campos, depois da exaltação de seu trabalho, o pastor Salatiel Lopes foi jubilado e passou suas atribuições ao jovem Pastor Domingos Jacinto da Luz Júnior.

            Na foto, o seu seguidor Pastor Célio Martins e um grupo de amigos e irmãos participam da comemoração de seus 77 anos de vida, em um momento em que o pastor já demonstrava uma saúde fragilizada, mas permanecia animado e esperançoso com relação a causa da sua igreja.

                Em 05/09/2012, aos 77 anos, veio a falecer em Rio Verde-GO, sendo o seu corpo removido para Quirinópolis, onde foi velado e referenciado na sua igreja, por uma multidão de amigos e fiéis, e levado por um carro do Corpo de Bombeiros para seu sepultamento no Cemitério local. 

          O pastor deixou com o seu desaparecimento a viúva irmã Eunice Lopes, seus cinco filhos, netos, bisnetos e uma legião de amigos. A sua missão foi brilhantemente cumprida e ficou o exemplo de fé, trabalho e perseverança em favor das pessoas e da causa de Deus para ser seguido.


          Por Ângelo Rosa Ribeiro, natural de Quirinópolis-GO, foi professor da EV-UFG, deputado estadual por 2 mandatos, secretário estadual de agricultura por 2 vezes, secretário estadual de planejamento, diretor de credito agroindustrial do BEG, presidente do PMDB de Quirinópolis, presidente do PSDB de Quirinópolis por 2 mandatos, superintendente da SEMARH-GO, chefe de gabinete da PGE-GO, hoje  produtor rural residente  em Quirinópolis-GO.                                                            

Genoveva Ribeiro - uma educadora respeitada e amável





Dona Genoveva Ribeiro – uma grande educadora


                Claro que não há consenso sobre o nome da melhor professora ou professor ou sobre o mais querido mestre da história da educação desta cidade. São diversos os nomes de professores que poderiam ser destacados  entre  simpáticos, competentes, respeitados, amigos, cativantes ou incluídos entre os muitos  adjetivos existentes para caracterizar os que mais nos impressionaram pelas suas qualidades e virtudes.


                Lembro-me, por exemplo, de Genoveva Ribeiro Neves, primeira professora de Pedagogia e Didática da cidade e uma pioneira da educação em Quirinópolis. Era competente, simpática e elegante como mestre, e de uma educação invejável, virtude que certamente viera de um berço privilegiado. Por isso todos tinham por ela admiração e respeito. Ela foi professora e diretora na Escola Lauro Jacinto, onde lecionava Ciências e para onde, vez ou outra, levava seus alunos da antiga Escola Normal Estadual de Quirinópolis para um ensaio sobre como se portar e comunicar em uma sala de aula. Ali desenvolvia uma espécie de laboratório a ensinar aos futuros professores a correta abordagem às nossas crianças, as melhores técnicas de ensino, sempre com muito amor e dedicação, como se o que ela se  propunha a fazer fosse  o que de mais importante alguém pudesse realizar pela educação, pela nossa comunidade, pelo nosso futuro. E, de fato, era isso o que fazia. 

       Em 1966, lembro-me dela, como seu aluno de Didática, que tinha sido  escolhido para explicar sobre o aparelho circulatório para seus alunos de Ciências. Muito tímido, diante da tarefa, fui tomado de  forte emoção a ponto de esfriar e endurecer as mãos, especificamente a mão esquerda, que deveria fechar sobre o peito para mostrar aos alunos a posição e o tamanho de um coração  humano. Ao fim do meu ensaio, para este aluno em apuros, cheio de inibição e de dúvidas, veio o imediato e generoso elogio, que a tudo compensou.


        Com fundamento no justo reconhecimento pelo seu trabalho e pelo desejo de homenagear a todos os  abnegados mestres de nossa cidade, destaco o nome da professora Genoveva Ribeiro como merecedora desta honraria, qual seja a de emprestar o seu nome para homenagear  colegas que se esforçaram e se  destacaram através do  tempo e no decorrer da história em prol da  educação quirinopolina.