Lago Azul, sua história e suas atrações
Aproximava-se a década
de 1970. Governava o país um general, em um governo tido como revolucionário,
que a população e a história registraram como uma ditadura militar, que não admitia
muita discussão sobre suas decisões.
A ideia de se aproveitar o potencial hídrico do
Rio Paranaíba para a produção de energia elétrica era antiga e fora colocada em
execução. As cidades de São Simão, Mateira, hoje Paranaíguara, os povoados de Chaveslândia e Gouvelândia ficariam submersas e seus habitantes teriam
que mudar de lugar. A rica mata atlântica ciliar, cerrados e cerradões
das proximidades do rio, férteis latossolos vermelhos e roxos, as vicejantes pastagens
ali implantadas, as construções
rurais e benfeitorias diversas, tudo
isso ficaria sob as águas dos rio Paranaíba e seus afluentes.
As águas represadas alcançariam uma distância de 80 km de extensão, a formar um grande lago para mover as turbinas
da hidrelétrica das Centrais Elétricas de Minas Gerais – Cemig, que ali seria
construída. A obra planejada, no
entanto, cobraria alto preço a ser pago pela população ali
residente.
Para os
moradores do lugar foi um grande transtorno. O meio ambiente sofreria irremediável
impacto. Quantos bens de estimação, animais
e espécies da fauna e flora locais, sítios
de pesquisas de antigas civilizações, riquezas minerais e outras ficariam ameaçados ou perdidos
sob as águas profundas. Quantas belezas naturais, como o deslumbrante Canal de São
Simão desapareceriam para sempre. Mas, já estava decidido. Para o governo a
obra era irreversível e se justificava com o objetivo de modernização do país, crescimento das cidades, surgimento de
novas indústrias, geração de empregos e
riquezas para o bem da humanidade. Ninguém contestava, todavia, com um pouco mais
de bom senso, podiam ter poupado pelo
menos o canal, que era uma magnífica obra de natureza, concebida por Deus para o
encantamento de seus filhos, aqui, no Planalto Central, como desabafou à época
uma consciente senhora que nascera vendo o espetacular e majestoso espetáculo
da passagem das águas do grande rio pelo estreito canal rochoso ali existente. Ela tinha toda a razão, mas a decisão fora
tomada ao modo da época.
Muita coisa de inestimável valor se
perdera debaixo das águas. Mas, de inestimável valor também foi o que surgiu
com a arrojada intervenção humana, como
a construção da grande hidrelétrica, capaz de produzir milhares de megawatts para a demanda do
progresso da região e o enorme lago azul, que além de sustentar o desenvolvimento da piscicultura regional, abriga ranchos de lazer, praias
artificiais, ilhas de recreação, pesca esportiva e tudo isso cercado de uma beleza
incomum, de um lugar adorado e contemplado para o deleite da população de todo o Sudoeste Goiano.
Porto do Gouveínha, rio Paranaíba, em Inaciolândia.
Praias artificiais, em São Simão.
Lago, em Gouvelândia,
Entardecer, no rio Paranaíba, sob olhares de um pescador.
Lazer, em águas volumosas no rio dos Bois.
Recanto da Cascalheira, no rio Paranaíba.
Ponte no rio dos Bois e a aquicultura do lugar
Recreação no grande lago
Pesca do Piau, em seva, rio Paranaíba.
Barcaça, para usos diversos, rio Paranaíba.
Fundo de rancho, no rio Paranaíba, em Quirinópolis
Ranchos de boa estrutura, no rio Paranaíba, em Quirinópolis.
Entardecer, sob olhares de pescadores, no rio Paranaíba
Magnífico, fantástico!!!