domingo, 23 de janeiro de 2022

CHICA DOIDA, Quirinópolis - origem, história, festival

                                             Quem era a Chica Doida?



 A mudança histórica e cultural
     
    Com a chegada dos pioneiros, sobretudo gente mineira e paulista, desenvolveu-se aqui, neste vale goiano do rio Paranaíba, uma próspera agricultura. O milho era o destaque, por ser alimento rico em proteínas para nutrir as família dos que aqui laboravam, bem como, suas  criações domésticas.

    Os moradores produziam milho para seu consumo. O excedente comercializavam, estimulados pelas crescentes demandas do Triângulo Mineiro e outras regiões. 

    Em vista disso, a expansão da cultura foi significativa  à época, conforme  séries históricas da agricultura goiana.

Do futo da planta humilde de Cora
Dos frutos da planta humild
        Com os pioneiros, em meados dos século passado, chegavam diversas receitas para o melhor aproveitamento do fruto da planta humilde, que se consagraria em célebre oração da escritora goiana Cora Coralina. 

         O cultivo do milho  criou  o costume familiar do compartilhamento festivo para colher o milho verde,  descascar as espigas, preparar a massa essencial - das  pamonhas e outras guloseimas.

       Neste  contexto,  um prato incrível surgia em Quirinópolis.

A história da Chica Doida

       Veio  do  patriarca João Batista da Rocha, farmacêutico e líder político à época, o  pedido à Dona Petronilha Cabral, sua esposa, a quem carinhosamente chamava de Tóia,  para preparar  um prato diferente  da massa do milho verde não usada nas pamonhas, dando-lhe a dica - bem apimentada 

       Dona Petronilha repassou a ordem  para sua ajudante, a empregada doméstica, Chica, uma negra que fazia milagres na cozinha, com recomendações quanto ao que ela deveria fazer e aos ingredientes que poderia usar.  

          Das mãos de Chica  surgiu um prato surpreendentemente saboroso e fortemente apimentado, que foi por ela levado à mesa.  Com emoção e espanto o patriarca perguntou à sua esposa:  o que é isso, Tóia? Na dúvida, ela se referindo à ajudante, disse - "É a CHICA DOIDA". Surpresos, toods  apreciaram a novidate que, por óbvio,  ficou assim  batizada e denominada.
      
            Era o ano de 1947. A notícia se espalhou pela pequena Quirinópolis.  A receita foi copiada com sucesso e se propagou por toda parte. O prato incomparável  da culinária quirinopolina, 
preparado de forma inédita,   hoje é conhecido e apreciado no mundo inteiro. 

Festival da Chica Doida

               Os quirinopolinlos se orgulham da proeza de sua culinária. O poder público, em parceria com a comunidade,  de forma elogiável,  protagoniza a cada ano grande festval temático, que valoriza a tradição e a cultura de nossa gente,  movimenta a região,  atrai turistas, divulga a cidade e fortalece a economia municipal. 

            Por  justiça, o nome Chica, da cozinheira, que não era doida, mas talentosa, ficou para a posteridade, vinculado à  iguaria.

           Fonte: Pesquisas e depoimentos de antigos moradores da cidade.

                                           Por Ângelo Rosa Ribeiro, que é quirinopolino, ex-professor da UFG, ex-deputado estadual, ex-secretário estadual de agricultura e e-secretário estadual de planejamento.