sábado, 28 de agosto de 2021

HUMBERTO XAVIER - POLÍTICO E LIDERANÇA DO BEM

 


     Humberto Xavier nasceu em 29 de setembro de 1933, em Quirinópolis-GO.  Era filho de  Lázaro Xavier e Márcia Barbosa Xavier.  Casou-se com Yvone Ferreira Rodrigues Xavier, com quem  teve três filhos: Mônica, Mauro e Márcia. Foi professor estadual, servidor do fisco federal, prefeito do município (1970-1973), diretor administrativo da extinta  Caixego e deputado estadual (1975-1987), por três mandatos consecutivos. Veio a falecer  em 01 de maio de 2021, aos 87 anos, em Goiânia-GO,  devido a  complicações  de um AVC.   Seu corpo foi velado na sede da ALEGO, em Goiânia-GO, sob decreto de luto oficial, e em Quirinópolis, sua cidade natal. 

          Em 1969, Humberto Xavier foi lançado candidato a prefeito e protagonizou uma virada política histórica em Quirinópolis. O anúncio de sua decisão causou forte impacto no meio político tradicional. Ele não era visto como político, nem tinha filiação partidária. Era uma aposta na  renovação. Ao ser eleito, colocou a termo um longo período de domínio político ininterrupto do PSD, sob a batuta do coronel Jacinto Honório e de seus companheiros .

            Na disputa contra 5 concorrentes, Humberto teve o apoio simbólico do Movimento Revolucionário de 64, de quem recebeu o comando da Arena 2, sublegenda do partido criado para dar sustentação ao governo militar, que  comandava o pais.

        Como prefeito investiu sobretudo em educação, com bom atendimento a zona rural, onde construiu diversas escolas. Priorizou também a infraestrutura com destaque para o saneamento básico e o setor de transportes.  Dada aos suas valores pessoais. morais, éticos e sua visão diferenciada de gestão, consolidou a imagem de um administrador dinâmico, honrado e eficiente.  O seu governo, apesar de breve, foi bem avaliado pala população.

        A sua passagem pela prefeitura sedimentou sua eleição para deputado estadual, com o que  conquistou a condição de primeiro representante de Quirinópolis na Assembleia Legislativa de Goiás.

    No plano estadual, sua atuação rendeu diversos benefícios para o município e região. Graças ao seu trabalho parlamentar, em sintonia  com o ex-prefeito Onício Resende, foi possível viabilizar a obra do asfaltamento do trecho de Quirinópolis à Lagoa do Bauzinho - a primeira ligação para Goiânia. Graças ao seu trabalho, um armazém, de grande tonelagem, foi construído pela Casego. Foram instalados durante seus mandatos o Colégio Independência, o Colégio Dr Onério e a  Agência Rural, onde hoje funciona a Agrodefesa.  

     Humberto atuou como agente político e gestor sem deixar dúvidas quanto a sua honestidade. Muito experiente  e conciliador, tornou-se uma espécie de professor e conselheiro político para seus pares a amigos. 

    O passamento  de Humberto Xavier tem o significado da perda de um grande líder do bem, cujo  idealismo, obras e feitos se constituem em exemplos a serem seguidos, sobretudo, sob o contexto das novas exigências populares por ética, moralidade na prática política, capacidade de gestão, respeito  ao  bem público e, principalmente, respeito ao cidadão. 

                    Ângelo Rosa Ribeiro nasceu em Quirinópolis, foi professor da EV- UFG, deputado estadual (2x), secretário de agricultura de Goiás (2x), secretário de planejamento de Goiás,  assessor técnico da SEGPLAN GO, superintendente da SEMARH GO, chefe de gabinete da PGE-GO. Hoje è e produtor rural em Quirinópolis-GO.

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O Rio dos Bois já secou, em Quirinópolis.


Foto: Estiagem de 1924-5, SP.

Falar do Rio dos Bois transformado em filete de água e pequenas poças, aqui e acolá, é assunto que quase  ninguém acredita. Contam os moradores mais antigos, que no século passado, várias estiagens  afligiram a região de Quirinópolis e o  Estado de Goiás. 

 A história de que o Rio dos Bois secou  sempre circulou entre pessoas antigas, que vivenciaram os fatos. O senhor Francisco Rosa Ribeiro, pai deste mensageiro, relatava esta história e cansou de afirmar o que ouviu de seus tios, todos de muita respeito e credibilidade, da época em que os homens eram muito sérios e as suas palavras valiam.

Esse situação crítica causou muito sofrimento para  os moradores locais, com a falta de água e as consequências da seca severa, com perdas de suas plantações, falta de pastagens, perda de gado e outras criações, inclusive cisternas secas e falta de água para o consumo dos famílias.

     Segundo relatos, em 1924-5, houve aqui uma estiagem tão prolongada  que fez  secar rios e córregos. Não sobraram exceções, inclusive o rio São Francisco e os córregos Grande, Fundo e Castelo, este em secura  completa,  obrigando os criadores a levar o gado para as poucas aguadas que restaram. Foi o caso do senhor Benedito Rosa de Morais, proprietário de um grande rebanho bovino na região das Sete Lagoas, que vivenciou estes  acontecimentos, ao ter de deslocar seu gado para as proximidades de uma nascente  do córrego Grande, na Serra do Paredão. Era  a única fonte segura  de água para o gado em toda a região e por isso teve que dividi-la com alguns vizinhos. 


             Nas imediações deste bebedouro natural se concentravam as criações  de sua família e de alguns amigos. Entre elas estava o gado da Dona Josina Rosa de Morais, sua irmã e mãe do nosso relator, que tinha a obrigação de manter o gado de sua mãe reunido, ali perto da aguada, para beber no dia seguinte, até que as chuvas voltassem.

Fora daí, aguadas só no Rio dos Bois, que  chegou a ficar em poças, correndo aqui e  acolá, segundo testemunho dos moradores mais antigos, entre eles os senhores Jovino e Josino Rosa de Morais, tios do relator, que possuíam terras nas proximidades do rio.  Segundo afirmavam, a seca de 1924-5 foi tão forte que provocou rachaduras na terra brejada  das margens e várzeas do rio, onde surgiram perigosos atoleiros, que mais pareciam um cemitério de  suas  criações enfraquecidas. Os córregos do Lajeado e do Castelo sempre foram muito vulneráveis a estiagens prolongadas. Há relatos de que o rio São Francisco já passou por situações  muito críticas.

 Em 1963, houve outra forte estiagem. A situação se agravou pelo estágio de desenvolvimento da agricultura do município. Haviam pequenas lavouras de arroz, feijão, milho, que aos poucos eram dizimadas. As famílias dos produtores desesperadas erguiam cruzes com troncos de madeira lavrada, os cruzeiros, nas nascentes dos córregos para onde  se deslocavam, carregando água e rosários em novenas e terços, pedindo a Deus a chuva para salvar gado e plantações.

Em 1924-5,  a precipitação anual da cidade de São Paulo,  a terra da garoa, atingiu meros 900 mm de chuva. Em situação normal varia de 1500-2000 mm. EGoiás a oscilação fica entre 1200-1800 mm. Há relatos documentados de seca completa do Rio Pardo, nas proximidades  de Ribeirão Preto e de outros rios no interior de São Paulo.

  Conforme jornais da época,  a  Light - concessionária de energia em SP - enfrentou muitas dificuldades para não deixar a cidade às escuras. Segundo Afonso Schmidt, em seu livro - São Paulo de meus amores - naquele ano, as torneiras foram transformadas em cabides, ou mesmo enfeites das cozinhas. 

Para corroborar estes acontecimentos constatados  e coincidentes, sabe-se que o regime de chuvas da região do Sudoeste de Goiás, devido ao avanço das  frentes frias,  tem relação com o do Estado de  São Paulo: quando uma frente fria faz chover por lá, chove aqui também. Quando não chove por lá, é seca por aqui.

 Em 1924-5, como registrado pela história, houve a pior estiagem do século naquele Estado. Pelos relatos antigos e  logística das chuvas o fenômeno de São Paulo ocorreu por aqui também. Portanto, não duvidem mais, o Rio dos Bois, de fato,  já secou.

 Ângelo Rosa Ribeiro nasceu em Quirinópolis, foi professor da EV-UFG. deputado estadual(2x), secretário de agricultura de Goiás (2x) secretário de planejamento de Goiás, superintendente da Semarh GO, chefe de gabinete da PGE-GO e atual residente e produtor rural em Quirinópolis GO.

Onde consultar:

Relatos de Francisco Rosa Ribeiro, blog horadoangelo, 03/01/2015.
  
Afonso Schmidt - São Paulo e meus amores, Secas e Inundações, Editora Brasiliensis, São Paulo, 1992.
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Revista Brasileira de Engenharia, 1926

O Jornal do Rio de Janeiro - A maior seca de São Paulo, 18/02/1925.

domingo, 15 de agosto de 2021

A Policlínica reforça a luta pela GO-319, mas a decisão é política.

                                          

                     

      Problema:  de Castelândia a Quirinópolis são 64,9 km. Pela GO-319 asfaltada seriam 49 km (30 minutos?). Hoje,  31 km continuam sem asfalto.

       A causa pela conclusão da Rodovia Onício Resende (GO- 319)  considerada  de grande importância social e econômica para  a região, agora adquiriu  um caráter  humanitário. 

   Senão vejamos:  devido a Policlínica, a casuística hospitalar regional se direcionou para Quirinópolis.  Hoje, os pacientes de Castelândia, Porteirão, Turvelândia e Maurilândia precisam ir a Lagoa do Bauzinho e voltar pelo mesmo caminho,  que é  mais longo e, em alguns casos,  por certo,  teriam que ser   encaminhados para Goiânia. 

      Quantas idas e vindas em busca de tratamentos, quanto sofrimento e quantos ficarão pelo caminho? Um minuto a mais poderá ser fatal. Assim acontecerá com os quase 1 milhão de habitantes que da Policlínica necessitarão.

Sem dúvida, uma forte razão para se concluir a GO-319 são os benefícios advindos da redução das distâncias, com menor sofrimento das pessoas e redução de eventuais perdas de vidas.

Temos que reconhecer que graças ao prefeito Anderson De Paula e ao governador Ronaldo Caiado foi instalada a Policlínica, um passo precioso e na direção certa, em favor da GO-319. Mas, isso ainda é pouco.

Ao se considerar os ganhos oriundos da integração econômica e social, com a geração de renda, empregos e melhores oportunidades com o desenvolvimento de toda a região ao longo dos 260 km de Indiara a São Simão, a luta pela conclusão da GO-319 precisa ser ampliada e fortalecida.

Por certo, um dos caminhos será com a convocação e participação consciente dos segmentos que representam o agronegócio, comércio, indústria, prestação de serviços, turismo, além, é claro, da representação política plural, apartidária, sem exclusão de ninguém, de toda a região para a batalha final nesta peleja de mais de 30 anos.

A Policlínica ajuda, mas a decisão final será política.


 Ângelo Rosa Ribeiro nasceu em Quirinópolis, foi professor da EV-UFG, deputado estadual (2x), secretário de agricultura de Goiás (2x), secretário de planejamento de Goiás,  assessor técnico da SEGPLAN GO, superintendente da SEMARH GO, chefe de gabinete da PGE-GO e  atual residente e produtor rural em Quirinópolis-GO.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

ESTA LUTA PRECISA CONTINUAR, ATÉ A VITÓRIA

Nesta foto, de 16/06/2017, é possível ver a presença de vários prefeitos e lideranças representantes de 14 municípios interessados na conclusão do trecho de 31 km entre Quirinópolis a Castelândia.

 Compareceram CEZARINA, INDIARA, EDÉIA, PORTEIRÃO, CASTELÂNDIA, TURVELÂNDIA, MAURILÂNDIA, QUIRINÓPOLIS, GOUVELÂNDIA, INACIOLÂNDIA, PARANAIGUARA, SÃO SIMÃO, CACHOEIRA ALTA E ITARUMÃ.

Este esforço  gerou o reconhecimento do governador Marconi Perillo, que recebeu as lideranças,  assumiu o compromisso publicamente, pediu priorização da AGETOP, mas  não cumpriu, com a alegação de  falta de recursos.

 O gargalo impede o uso de um corredor rodoviário de grande importância socioeconômica ao ligar o porto de São Simão ao entroncamento rodoviário de Indiara, por Castelândia, Porteirão e Edéia.

 A luta e a esperança, ao que parece, arrefeceram com o governador Ronaldo Caiado, que é tido como ruralista,  incentivador do desenvolvimento do interior de Goiás, mas nenhuma palavra, nenhum esforço empreendeu, até agora,  para priorizar e concluir esta obra.

É preciso alertar as lideranças de Quirinópolis  e região para a necessidade de dar continuidade a este movimento, pois há evidências de que o Estado disporá de recursos suficientes para resolver gargalos com este.

O trecho leva o nome do ex-prefeito ONÍCIO RESENDE, que foi grande  amigo e incentivador da carreira de  Caiado na região.