Cachoeira da Ponte da Ponte do São Francisco

A bela e histórica ponte da cachoeira do rio São Francisco

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https://youtu.be/RsTQ2tjtyD8

            Por volta de 1929, o senhor José Salomão  disponibilizou madeiras para a construção de uma ponte que ficaria do lado de baixo de uma cachoeira existente no Rio São Francisco, a 3 km da sede de sua propriedade. Sua intenção era melhorar as condições de acesso da região das Sete Lagoas para a Quirinópolis e colocar termo a utilização dos perigosos vaus do referido rio.  Os fazendeiros da região doaram gado e desta parceria resultou a construção da ponte. 

             O conjunto surgido da união cachoeira e ponte tornou-se uma atração, pela sua surpreendente beleza. A queda das águas do rio produzia uma intensa nuvem de gotículas, sob forma de fumaça, que se dirigia para cima da ponte, ao soprar  de agradável corrente de ar que surgia  no ambiente da cachoeira. 

           O encantamento daquele espetáculo natural chamava à atenção  crianças de toda a região, que diante da notícia de uma viagem para Quirinópolis faziam festa e pediam para os pais, que quando chegassem na ponte deixassem os vidros dos carros abertos, para serem pulverizadas pelos refrescantes chuviscos. Algumas subiam na carroceria das camionetes, outras preferiam passar à pé, a correr sobre o leito molhado da ponte, para se deliciarem com a "chuvinha" e com o som emitido pela cachoeira.

          O conjunto dos efeitos naturais ali produzidos de fato propiciava momentos felizes para a garotada e suas famílias. 

          Abaixo, o rio seguia o seu curso, a desviar-se de grandes pedras, em seu leito coberto por exuberante mata ciliar. Tudo isso a compor um bucólico panorama, um visual que não sai da memória de quem teve a oportunidade de viver a emoção de passar por aquele lugar.

            Para proteger seu patrimônio particular, os proprietários da fazenda resolveram que as pessoas não podiam mais visitar o local. Derrubaram a ponte de tanta tradição e encantamento. Sobraram apenas as ruínas da velha construção.  Fecharam a estrada que dava acesso ao lugar e acabaram com aquela fonte natural de alegria, principalmente para a garotada.

              A área doada ao poder público pelo casal pioneiro José Salomão Lemos da Silva  e Francisca Jacinto, hoje pertence a CELG. Espera-se que este patrimônio possa ser resgatado.  Pelo seu valor histórico, das primeiras parcerias pelo bem comum e principalmente pela sua beleza singular.

        Quem sabe um dia o poder público possa planejar e  reconstruir ali nova ponte, no lugar da antiga, restabelecer a magia do lugar, representado pelo conjunto ponte e cachoeira, e devolver às famílias da região e de Quirinópolis, especialmente às crianças, a alegria de contar de novo com  aquele impressionante espaço, fonte de emoção e prazer. 

                 Ângelo Rosa Ribeiro é quirinopolino, foi deputado estadual (2x, ) secretário de agricultura de Goiás (2x),  assessor técnico da SEGPLAN e produtor rural.