quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O primeiro morador de Quirinópolis (incompleto)

João Crisóstomo – pioneiro e primeiro valentão de Quirinópolis

              O primeiro morador da região de Quirinópolis foi João Crisóstomo de Oliveira Castro, que veio de Ouro Preto, Província de Minas Gerais, em 1832, trazendo consigo parte da família, comitiva e escravaria. Ocupou uma vasta área de terras para a criação de gado, naquela desabitada parte do território do Sudoeste Goiano. Conforme relata o escritor Bernardo Elis, no comentário cultural intitulado “Agora Aparece um Machão”, publicado em seu livro “Goiás Em Sol Maior”, o tal João Crisóstomo saltou o rio Paranaíba, próximo ao local onde hoje está Itumbiara e “se adentrou no mais afastado do sertão, no meio da mataria virgem, que ele era homem de gostar de gritar e não escutar ninguém por perto para responder,” alcançando a região do ribeirão Fortaleza, nas imediações do seu afluente, o córrego Água Limpa, como hoje é conhecido.  

             O padre Antonio Dias veio em seguida para rezar e abençoar o lugar, mas teve que se retirar rápido, porque também de reza e de padre, naqueles tempos, o desbravador não gostava.
 
            Passados alguns anos, chegou Custódio Lemos do Prado, vindo de São Paulo, também com muitos escravos e comitiva enorme, instalando-se na região do córrego, que mais tarde se chamou Ronda, hoje no município de Gouvelândia.  Ao recém-chegado, o tal Crisóstomo deu ordem para que se retirasse, mas o Custódio, como relata Bernardo Elis, “ficou coçando o umbigo, começou a abrir roça, botar cocho de sal para o gado, fazer rancharia. Durou pouco a faroma, até que um dia toparam com ele morto na estrada, sem que nunca ninguém soubesse quem houvera sido o matador. Ora, então quem ia matar esse paulista? Não vê que devia de ter sido suicídio!”

            Alguns anos depois, vindo de Franca, em São Paulo, apareceu na região o tenente da guarda - nacional José Vicente de Lima, que era médico. Foi aí que João Crisóstomo, ao admitir que já não estivesse mesmo com o coração muito bom, resolveu vender-lhe alguns milhares de alqueires.  Como nada de ruim dura para sempre, enquanto cuidava do coração do João, o velho Lima trouxe parentes e amigos, dando expressiva ajuda à região.

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