domingo, 17 de dezembro de 2023

Qem se lembra do Natão?

                                                                            

  Essa foto do Pericles nos faz lembrar de  Natão, nosso primeiro sambista

     A cidade de Quirinópolis, no início da década de 60, recepcionou a ilustre figura do Natão, profissional contratado pela prefeitura para  a  funçao de  operador  de máquinas pesadas - no caso,  seu primeiro trator de esteiras. 

    Para surpresa de todos,  Natão trouxe consigo um banjo,  instrumento pouco conhecido por estas bandas,  tambores, pandeiro, cavaco, sanfona e outros instrumentos do gênero, além de uma família de musicos e aprendizes  muito especiais.

   Com a chegada de um operador experiente foi possível incrementar as reformas e abertura de novas estradas. 

       Designado que foi, pelo prefeito João Hércules,   Natão em 1966,  trabalhou 90 dias pelo meio do cerrado denso da região das Sete Lagoas  para abrir,  de forma inédita, nova rodovia de 14 km de de estensão por 12 m de largura,  hoje   GO-319, do Tocozinho ao Córrego Grande, e dai, alargamento de leito até as proximidades de Castelândia.

    Com seus filhos, nos finais de semana, formavam uma animada roda de samba. Ele com seu banjo, João Preto com o  tambor, Nego Indé com o pandeiro, cada filho com um instruento. E para início de conversa apresentavam as credenciais na letra do Samba da Minha Terra, de João Gilberto - "...Quem não gosta do samba, bom sujeito não é..."

   Natão tinha o hábito de levar seu banjo e uma sanfona para executá-los na casa de amigos. Seu ídolo era Jamelão, da suadosa Mangueira. Com a sanfona executava Saudade de Matão para alegrar seu amigo Chico Preto

       Como um  profeta,  divulgava o samba.  Não se intimidava com a falta do público, que gostava da música sertaneja. Com seu boné e seu largo sorriso fazia o que gostava  Foi um precursor do gosto pelo samba nesta região. 

      Natão  e sua família mudaram-se  de Quirinópolis, mas ficou a saudade de seu jeito humilde,  de sua generosidade miusical, do samba que executava tão bem, de sua alegre família e de seu inseparável banjo.

         Por Angelo Rosa Ribeiro,  quirinopolino, ex-professor da UFG

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