A contribuição de José
Salomão
José
Salomão Lemos da Silva era natural de Passos – MG. Em 1932, casou-se com
Francisca Jacintho da Silva, filha do coronel Jacintho Honório. Fixaram residência em local próximo da antiga sede do coronel, mas na margem esquerda do rio São
Francisco, nas imediações do córrego do Bálsamo, onde desenvolviam atividades
agropecuárias.
Ao deparar com
as dificuldades de acesso para os moradores da região das Sete Lagoas, em seus
deslocamentos para a sede distrital, propôs-se a doar o madeiramento para a
construção da ponte da cachoeira, situada a três quilômetros a jusante do local
onde escolhera para residir, e deu início a uma campanha junto aos fazendeiros
da região, que doaram gado para a construção da ponte, para colocar fim às perigosas
travessias em época de cheias, pelos vaus do citado rio, para acesso a Quirinópolis.
Em 1938, haveria
a tradicional festa de Nossa Senhora D’Abadia no distrito de Quirinópolis. O
prefeito de Rio Verde, Pedro Quintiliano Leão, mandou instalar um conjunto composto
de uma caldeira a vapor e de um gerador elétrico no centro do povoado de Quirinópolis.
José Salomão que tinha sido escolhido o festeiro do ano contratou os serviços
de Amadeu Marchiori, para instalar a iluminação nas barraquinhas montadas na
praça da igreja, dando brilho especial aquele evento religioso, que ficou na
história da igreja. A pequena rede elétrica se constitui na primeira rede desta natureza em solos do município de Quirinópolis.
Em 1950, por
ocasião da desativação da primeira usina hidrelétrica de Rio Verde, o prefeito
Garibaldi Teixeira antecipou-se para adquirir os equipamentos, com a intenção
de instalá-los nas imediações da cachoeira do rio São Francisco, de onde
estenderia rede para eletrificar a cidade de Quirinópolis, à 12 km da cachoeira. José Salomão e sua
esposa se prontificaram a doar uma faixa de terra para que ali pudesse ser
instalada aquela benfeitoria pública. O
novo sistema substituiu com vantagens o conjunto estacionário movido a vapor,
permitindo a ampliação da rede elétrica da cidade.
Em 1951, na
gestão do prefeito Hélio Leão, a usina recém montada apresentou defeito
incontornável. Na intenção de resolver o difícil problema, o prefeito procurou
o governador Pedro Ludovico, que não pode ajudar. Diante do impasse decidiu
conversar com o fazendeiro José Salomão, a quem pediu ajuda para conseguir um
empréstimo junto ao Banco do Brasil, de Rio Verde, para comprar novas máquinas
e reconstruir a usina danificada. Como a prefeitura não dispunha de garantias,
José Salomão se prontificou a assumir o empréstimo de duzentos mil cruzeiros, o
que foi feito para que o problema pudesse ser sanado.
Em 1954,
Joaquim Quirino foi escolhido candidato a prefeito de Quirinópolis. José
Salomão aceitou ajudar o cunhado, que era casado com sua irmã Laura da Silva
Lemos, na condição de candidato a vereador, cargo para o qual foi eleito. Foram
seus companheiros no legislativo João Hércules, Feliciano Martins, José
Severiano, Geraldo Borges, Dr. Sizenando Martins e João Osório Filho.
José Salomão
não foi apenas um rico fazendeiro de Quirinópolis. Tratava-se uma pessoa de bom
caráter que gozava de elevado conceito junto à população. Usava de seu prestígio
para ajudar amigos e pessoas que dele precisavam. Era um cidadão pacífico,
solidário e justo, que não fugia em dar sua contribuição para a solução de
questões em favor da comunidade. Assim, marcou sua participação social, com o apoio de sua esposa Francisca Jacintho, como líder
e benfeitor de Quirinópolis.
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