quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Clarões: O benfeitor José Salomão Lemos da Silva


A contribuição de José Salomão

                José Salomão Lemos da Silva era natural de Passos – MG. Em 1932, casou-se com Francisca Jacintho da Silva, filha do coronel Jacintho Honório. Fixaram residência em local próximo da antiga sede do coronel, mas na margem esquerda do rio São Francisco,  nas imediações do córrego do Bálsamo, onde desenvolviam atividades agropecuárias.
Ao deparar com as dificuldades de acesso para os moradores da região das Sete Lagoas, em seus deslocamentos para a sede distrital, propôs-se a doar o madeiramento para a construção da ponte da cachoeira, situada a três quilômetros a jusante do local onde escolhera para residir, e deu início a uma campanha junto aos fazendeiros da região, que doaram gado para a construção da ponte, para colocar fim às perigosas travessias em época de cheias, pelos vaus do citado rio, para acesso a Quirinópolis.
Em 1938, haveria a tradicional festa de Nossa Senhora D’Abadia no distrito de Quirinópolis. O prefeito de Rio Verde, Pedro Quintiliano Leão, mandou instalar um conjunto composto de uma caldeira a vapor e de um gerador elétrico no centro do povoado de Quirinópolis. José Salomão que tinha sido escolhido o festeiro do ano contratou os serviços de Amadeu Marchiori, para instalar a iluminação nas barraquinhas montadas na praça da igreja, dando brilho especial aquele evento religioso, que ficou na história da igreja. A pequena rede elétrica se constitui na primeira rede desta natureza em solos do município de Quirinópolis. 
Em 1950, por ocasião da desativação da primeira usina hidrelétrica de Rio Verde, o prefeito Garibaldi Teixeira antecipou-se para adquirir os equipamentos, com a intenção de instalá-los nas imediações da cachoeira do rio São Francisco, de onde estenderia rede para eletrificar a cidade de Quirinópolis, à 12 km da cachoeira. José Salomão e sua esposa se prontificaram a doar uma faixa de terra para que ali pudesse ser instalada aquela benfeitoria pública.  O novo sistema substituiu com vantagens o conjunto estacionário movido a vapor, permitindo a ampliação da rede elétrica da cidade.
Em 1951, na gestão do prefeito Hélio Leão, a usina recém montada apresentou defeito incontornável. Na intenção de resolver o difícil problema, o prefeito procurou o governador Pedro Ludovico, que não pode ajudar. Diante do impasse decidiu conversar com o fazendeiro José Salomão, a quem pediu ajuda para conseguir um empréstimo junto ao Banco do Brasil, de Rio Verde, para comprar novas máquinas e reconstruir a usina danificada. Como a prefeitura não dispunha de garantias, José Salomão se prontificou a assumir o empréstimo de duzentos mil cruzeiros, o que foi feito para que o problema pudesse ser sanado.
Em 1954, Joaquim Quirino foi escolhido candidato a prefeito de Quirinópolis. José Salomão aceitou ajudar o cunhado, que era casado com sua irmã Laura da Silva Lemos, na condição de candidato a vereador, cargo para o qual foi eleito. Foram seus companheiros no legislativo João Hércules, Feliciano Martins, José Severiano, Geraldo Borges, Dr. Sizenando Martins e João Osório Filho.
José Salomão não foi apenas um rico fazendeiro de Quirinópolis. Tratava-se uma pessoa de bom caráter que gozava de elevado conceito junto à população. Usava de seu prestígio para ajudar amigos e pessoas que dele precisavam. Era um cidadão pacífico, solidário e justo, que não fugia em dar sua contribuição para a solução de questões em favor da comunidade. Assim, marcou sua participação social, com o apoio de sua esposa Francisca Jacintho, como líder e benfeitor de Quirinópolis.

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