Em 2015,
mais de 2.400 bebês nasceram com microcefalia no Brasil
O Aedes aegypti por enquanto tem transmitido apenas o vírus da dengue
em Goiás. Em 2015, foram quase 200 mil notificações oficiais, com 100 mil casos
confirmados. Mas, ninguém sabe
ao certo quantos foram os casos de dengue sem notificação. Estima-se que
houve elevação de 54,92% de casos da doença em relação ao ano anterior. Foram 76 óbitos
confirmados e 52 suspeitos.
Sabe-se que o mosquito da dengue é o transmissor de alguns vírus
causadores de doenças que preocupam as autoridades sanitárias no mundo todo. Mas, descobriu-se no Brasil que um destes
agentes - o vírus Zica, provoca microcefalia
em bebês. Cerca de 2.400 casos de microcefalia já foram registrados, sobretudo nos estados do
Nordeste.
Segundo especialistas, devido ao alto índice de infestação do
mosquito em Goiânia, uma explosão de casos de Zica poderia ocorrer, com
potencial para gerar milhares de casos
de microcefalia na cidade. Claro que isso é apenas uma hipótese, por certo
absurda, mas é preciso tê-la em mente. Nesta proporção uma cidade como
Quirinópolis poderia ter centenas de casos.
A
microcefalia é uma condição grave, pois além da deformação craniana, pode
deixar sequelas neurológicas para o resto da vida. Os bebês afetados nascem com
o perímetro craniano menor que 32 cm. Em 90 % dos pacientes há deficiência
mental, problemas auditivos, visuais, além de dificuldades motoras. As causas
mais comuns até agora conhecidas seriam infecções como toxoplasmose, rubéola,
citromegalovirus, sífilis, herpes entre outras contraídas pelas mães no primeiro trimestre da
gravidez, quando o cérebro do bebê ainda está em formação.
Em seis casos de microcefalia no momento investigados no estado
de São Paulo, as mães apresentaram manchas avermelhadas pelo corpo, tiveram
exames negativos para as doenças citadas, mas quatro bebês submetidos a
tomografia computadorizada craniana mostraram presença de calcificações
cerebrais, o que reforça sobremaneira a possibilidade de participação do vírus
Zica na origem do processo.
O governador Marconi Perillo e o prefeito Paulo Garcia
decretaram estado de emergência no estado e na capital respectivamente devido a alta incidência das viroses. Foram
seguidos por mais 12 prefeitos de cidades acima de 100 mil habitantes. O
movimento “Goiás contra a Dengue” criou o Comitê Executivo Estadual
de Combate ao Aedes aegypti. Agora que também se evidencia a relação entre infestação
do mosquito da dengue e os casos de microcefalia os prefeitos não podem ficar
omissos.
O primeiro caso de Zica acaba de ser confirmado no entorno de Brasília. Para evitar problemas no futuro é preciso cuidar de imediato da prevenção. Deve-se cobrar dos gestores municipais que assumam o comando das ações, neste início
das chuvas e do verão, para controlar a proliferação do mosquito transmissor.
Será preciso conscientizar intensamente sobre as consequências da microcefalia para maior participação da população na eliminação de criadouros do mosquito. Realizar campanhas para maximizar os resultados do trabalho de combater os focos. Imprimir rigor na limpeza pública com o mesmo propósito. A dengue maltrata o doente, pode fazer
algumas vítimas fatais, mas desaparece sem sequelas. A zica, por sua vez, deixa sua marca com o
sofrimento irremediável da família do
microcéfalo para o resto da vida.
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