quinta-feira, 10 de março de 2016

Força-tarefa em tempo de terror na história de Quirinópolis (em construção)

Um grave problema social

         Nos últimos cinco anos  estranha movimentação abalou a paz dos quirinopolinos. Ao lado da crescente chegada de imigrantes, que vinham atraídos pelas ofertas do  setor sucroalcooleiro, uma anomalia social asustou à população.

          Aos poucos surgia uma legião de indivíduos, de  modos e  atitudes estranhos à população, identificados pela expressão noiados ou drogados, como ficaram conhecidos. Das ruas e lugares públicos, estes estranhos seres passaram a ocupar habitações abandonadas, onde em comunidade constituíam verdadeiros mocós. No início, ocupavam-se em vaguear e pedir por um trocado a quem encontravam para comprar o crack – a pedra, como era conhecida, Depois, diante da negativa da população em alimentar os seus vícios, passaram a ameaçar os moradores e transeuntes.

          Claro que estávamos diante de um grave problema social, que não resultava só da omissão do poder público diante das demandas por segurança pública - um fato real à época; não decorria só da evidente falta de políticas públicas municipais para os nossos jovens, mesmo diante da certeza de que crianças desocupadas e desprotegidas se tornariam predispostas ao domínio do mal. Para agravar, havia também os incentivos das frequentes festas bancadas ou não com recursos públicos, que sem controle terminavam em grande consumo de drogas lícitas e ilícitas. Não se conhecia a causa verdadeira do problema surgido, mas, sabia-se, de modo evidente, que era um problema novo, complexo e de difícil enfrentamento. Seria necessário estudos mais aprofundados para a elucidação do problema.

           Com certeza, foi algo que veio acelarar a crescente desagregação da família, com a falta de Deus no dia-a-dia da criação dos filhos, agravado pelo enfraquecimento do trabalho das igrejas e por questões diversas  de natureza econômico-social.

          Pode se com segurança afirmar que tudo isso se somou a existência de um  novo ambiente devido as mudanças de hábitos e costumes da comunidade agora agroindustrializada, graças a incentivos governamentais.  A junventude do lugar estreitou laços com jovens de  outras partes do país, de culturas diferente, com virtudes e defeitos, que para cá vieram em busca de trabalho e das oportunidades divulgadas por toda parte.

           Neste espectro de mudanças culturais, o mal crescia e a situação se agravava. Surgia uma nova classe - os consumidores compulsórios de drogas.  Criava-se assim,  um mercado novo e perigoso – o narcotráfico, com todas as suas  consequências. Jovens com laços famíliares fracos, deprimidos, agora eram adotados por perigosos comerciantes do produto que consumiam. O mercado crescia e as disputas começaram a acontecer.

         Como ocorre nestas circunstâncias, a vida perdia o seu valor. Noiados maus pagadores e considerados criadores de caso eram exterminados na rua, nos mocós e enterrados como indigentes. Outros eram levados aos canaviais, para ali serem desovados. Traficantes disputavam territórios com extermínio de  consumidores e concorrentes.

             Por outo lado,  na cidade ouvia-se um clamor por instituições para tratamento do vício. Mães aflitas pediam socorro, sem saber se seriam atendidas.

            A situação descrita  submetia Quirinópolis em um grande  crise. Os seus índices de criminalidade se equiparavam ao das cidades mais violentas do país. Em 2014, no auge da crise, foram registrados 34 homicídios. A taxa de mortalidade chegava a níveis alarmantes. Em janeiro de 2015, em uma só noite,  foram registrados três homicídios que determinaram forte estresse a população.  

         Foi aí que segmentos socias organizados  e a classe política, sob clamores desesperados da população, tomaram a iniciativa de procurar as autoridades do governo estadual. Constituiu-se uma força-tarefa, com participação da prefeiitura, forças policiais civís e militares, Conseg, bem como  lideranças locais e estaduais. Iniciou-se uma batalha na qual muito se destacou o Cel Cardoso, pela sua bravura e destemor,  que bem representou  todos os demais envolvidos na vitoriosa campanha conta o crime.

          O município se transformava em um laboratório de experiência em segurança pública, com vários padrões de iniciativas, presença da ROTAM, BOPE e de outras forças especiais. Mais de 100 policiais civís e militares se juntaram a novos delegado que chegavam para fazer com que se melhorasse a investigação, a qualidade dos inquéritos policiais, emfim tudo que contribuia para possibilitar a prisão dos meliantes. Chegaram novos juizes para dar maior eficiência a prestação judicial, tudo num padrão de respeito aos direitos humanos e ao cidadão de bem. Esta operação conquistou  simpatia, confiança e apoio da população.

            A mancha da criminalidade que se formou manchou de forma inexorável a história da cidade, mas diante da união consolidada felizmente se dissipou. A paz voltou a cena.
Um ano após estes acontecimentos houve uma reunião dos representantes das forças envolvidas na força-tarefa no gabinete do prefeito para fazer avaliações  e comemorar os resultados.



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