terça-feira, 7 de novembro de 2017

Marconi x Tasso: Tucanos disputam a presidência do PSDB Nacional



Foto: Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ao lado o governador de Goiás,  Marconi Perillo (PSDB), durante entrevista ao O Globo, em 01-11-2017.


BRASÍLIA — Em almoço, ontem,  07/11, com a bancada de senadores do PSDB, os dois candidatos à presidência do partido — o presidente interino, senador Tasso Jereissati (CE), e o governador de Goiás, Marconi Perillo — demarcaram território, falando de suas bandeiras e reafirmando as candidaturas. O desembarque do governo foi o assunto principal e une os dois candidatos.

 Tasso, entretanto, quis se diferenciar e disse que sua defesa tem sido enfática. Eu defendo que a gente tem que deixar determinadas posições bem marcadas diante da opinião pública. O que nós estamos fazendo é nada mais nada menos do que nós anunciamos no programa do partido, que é fazer mea culpa e realizar o debate. Esse debate faz parte disso — defendeu Tasso.

O governador de Goiás, no entanto, afirmou que prefere falar sobre os acertos: "Assim como na vida, todos somos obrigados a assumir o mea-culpa o tempo inteiro. Temos que ser honestos e dizer que erramos, mas que acertamos muito e que precisamos buscar os acertos. Eu prefiro falar dos acertos, do Plano Real, das reformas feitas pelo governo Fernando Henrique que foram importantíssimas — disse. O PSDB tem tradição do consenso, mas lembrou que nunca uma convenção chegou ao voto para definir seu presidente. Até o dia 9 de dezembro, data da escolha do novo presidente, cada um vai continuar conversando e vendo se convence o outro a abrir mão para uma candidatura única. "O Tasso também quer me convencer a sair. Diz que tem pessoas que apoiam o projeto dele e eu também tenho meus apoiadores. Os aliados se apaixonam pelas teses, mas quando passar a convenção, será a hora de reaglutinar as forças — disse Perillo, explicando que em todas as convenções há campanha, "escaramuças", mas no final se chega ao consenso.


O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), em entrevista na semana passada disse  ser um admirador das gestões e do trabalho de renovação feito pelo governador Marconi Perillo em Goiás. “Admiro o trabalho de renovação que o governador Marconi fez em Goiás. Temos muita afinidade política e de visão sobre o País. O mais importante é que nós dois queremos a união do partido. Nenhum de nós tem vontade de lutar ou disputar contra o outro. Temos o desejo e vamos conseguir um acordo que seja para o bem do partido e do Brasil”, comentou.

Já Perillo se preocupa agora em iniciar uma rodada de conversa com os quatro ministros tucanos para combinar a forma de entregar os cargos e evitar que, na convenção, alguém apresente uma moção pedindo punição, como a expulsão, para os que insistirem em continuar no governo.

Para Tasso um governo que está, de alguma maneira, politicamente enfraquecido, com um desgaste gigantesco não tem condições de levar adiante reformas realmente profundas que o país precisa . 

Marconi Perillo continua defendendo principalmente o apoio a reforma da Previdência. "O grande compromisso do PSDB ao longo de sua história, de forma contundente, sempre foi com as reformas. Continuo defendendo radicalmente a aprovação da reforma da previdência, independente de estar no governo — disse Marconi. 

Após a reunião almoço com todos os senadores, menos o senador José Serra (SP), que tinha agenda no Planalto.  Tasso e Perillo conversaram sozinhos por cerca de meia hora.

Após o encontro com Tasso e os senadores, Marconi Perillo disse que iniciaria uma rodada de conversa com os ministros tucanos, para combinar a saída do governo. Ele diz ser necessário discutir isso com outros atores envolvidos, mesmo porque os ministros tem votos, e entre seus apoiadores há quem defenda ao desembarque e outros que acham que o PSDB não deve sair agora. Continuo Marconi: "E se na convenção alguém faz uma moção pela saída do governo? É melhor combinarmos antes. Se a maioria dos tucanos pensa assim sobre a necessidade de sair, o melhor é fazer isso logo". Sobre sair já e não aproveitar uma possível melhoria da economia no auge da campanha presidencial, o governador disse que o PSDB terá que enfrentar essa situação independente das perdas e ganhos."Se a economia crescer vamos mostrar que foi com nossa ajuda. Sobre o desgaste de apoiar o governo Temer, vamos mostrar um argumento forte e sincero de que o PSDB ajudou na transição do governo do PT para a recuperação da economia. Não acho que tenhamos que buscar desculpas. Vamos dizer com clareza e honestidade que apoiamos as reformas — disse Perillo. O discurso de Tasso e Marconi é de unidade e de busca de um consenso para uma candidatura única na convenção. O governador goiano se antecipou e distribuiu entre senadores e deputados bottons com a inscrição: "orgulho de ser tucano. PSDB unido". Todos senadores presentes fizeram um apelo pela candidatura única.

Fonte: O Globo


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