quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Gouvelândia - emancipação, história


---------- Mensagem encaminhada ----------
De: angelo rosa ribeiro ribeiro <horadoangelo@gmail.com>
Data: 20 de janeiro de 2011 20:10



A emancipação de Gouvelândia


        Gouvelândia surgiu sob os auspícios do pioneiro João Oliveira Gouveia,  que nas margens do Rio Paranaíba, em 1950, comprou uma fazenda e se fixou com sua família para a criação de gado e implantação de lavouras. No ano seguinte, com o propósito de facilitar o acesso ao Triângulo Mineiro, em parceria com Lupércio Veludo, colocou em operação a primeira balsa, dando início ao que mais tarde viria ser Porto Novo ou Porto do Gouveinha. 


          Por iniciativa do próprio João Oliveira Gouveia (Gouveinha), agora em parceria com Antonio Franco Barbosa (Totonho Franco), Conceição Martins Franco e outros fundaram, em 1954, a Navegação Minas Gerais S/A, com a finalidade de explorar o crescente intercâmbio comercial entre Quirinópolis, Ipiaçu e Ituiutaba. Um povoado começou a surgir com a construção de casas para os empregados da empresa de navegação. Em 1955, chegou Valter José da Silva (Santinho), o primeiro farmacêutico prático do lugar. Em 1956, chegou Raulira Alcântara Puccineli, a primeira agente de saúde.

     O povoado assim se desenvolveu. Totonho Franco foi eleito vereador à Câmara Municipal de Quirinópolis. Em 24 de agosto de 1963, com os esforços do próprio Gouveinha e a iniciativa parlamentar do seu vereador, foi criado o Distrito de Gouvelândia e sua instalação se deu em 24 de março de 1964.

A mudança da sede 

        Devido à construção da Hidrelétrica de São Simão, o distrito teve vida curta. Sua sede seria inundada pelas águas do lago em construção. Entretanto, na área destinada ao distrito estava se desenvolvendo o povoado de Setenópolis, sob a liderança do comerciante Mamede Malaquias da Silva, nas margens da estrada que liga Quirinópolis ao município de Itumbiara, na região das Sete Lagoas, de onde veio seu nome. Então, houve entendimento entre lideranças do povoado e do distrito que se fazia representar por José Nascimento Januário e, assim, em 09/09/76, o prefeito Nerivaldo Costa sancionou a lei que transferia a sede distrital para o povoado, que recebeu a designação de Gouvelândia. Em 25 de abril de 1976, a prefeitura de Quirinópolis celebrou um contrato com as Centrais Elétricas de Minas Gerais - CEMIG, para construção de 100 casas populares, com o objetivo de abrigar os novos moradores da cidade. Em 16/04/77, foi instalada a nova sede de Gouvelândia. A mudança ocorrida possibilitou rápido desenvolvimento da comunidade, que sob a administração do prefeito Onício Resende e do subprefeito José Nascimento Januário se transformou em uma progressista cidade, com ruas asfaltadas, terminal rodoviário, posto telefônico, escolas de 1º e 2ª graus, creche e uma população de quase 5.000 habitantes.

A contribuição de José Pantola

         A mudança de José Gervásio Mamede, uma grande liderança de Quirinópolis, para o distrito tinha propiciado as condições políticas para a realização de novos investimentos na comunidade. Aos poucos José Pantola, como era chamado, foi se firmando como líder político local. Com seu empenho, várias obras foram realizadas na administração do prefeito Sodino Vieira, eleito em 1982, auxiliado pelos subprefeitos João Conceição e Nadir Fonseca, quais sejam, o asfaltamento das principais vias públicas, construção da creche e do posto telefônico



A conquista da emancipação


    O deputado estadual Ângelo Rosa Ribeiro representava os moradores de Gouvelândia, na Assembléia Legislativa. Tinha vínculos fortes com o distrito, onde  residiam numerosos parentes e amigos seus, além do vereador Aldo Rosa Ribeiro, seu irmão. Havia grande apreço do governador Íris Rezende e de seu sucessor Henrique Santillo por José Pantola, o que facilitou a missão do deputado para viabilizar benefícios como o de um moderno graneleiro para atender a crescente expansão da agricultura local, a ampliação do sistema de abastecimento de água para servir a toda cidade. Por intermédio do deputado também se viabilizou-se o asfaltamento da rodovia GO – 206, que no governo de Iris chegou  ao povoado de Almerindonópolis e com Santillo teve sequência, chegando a Gouvelândia e Quirinópolis.

        Agora havia chegado o momento da emancipação. O deputado Ângelo Rosa tinha apoio do governador e de 2/3 dos deputados estaduais. O governador Henrique Santillo queria a emancipação para agradar seu amigo José Pantola. A idéia então ganhou as ruas em Gouvelândia e em Quirinópolis, onde, obviamente, havia alguma restrição.


       O povo acreditou que a emancipação seria possível e preencheu enorme lista a pedido do deputado Ângelo Rosa para compor a propositura 
 pela  instalação do processo de criação do novo município de Gouvelândia. Foram colhidas mais de 1.000 assinaturas, suficientes para tornar o projeto irreversível.

       Com a iniciativa houve uma mudança de comportamento da população, que deixou de lado o partidarismo. As lideranças ligadas à oposição local, ao perceberem a nossa disposição e cientes de que a emancipação não tardaria, demonstraram que queriam colaborar, através de oportuno gesto, ao também coletar assinaturas que entregaram ao Deputado Nerivaldo Costa, dando mais força ao movimento pela emancipação.

      Em 18/10/87 foi criada a Comissão Pró-Emancipação de Gouvelândia, que ficou assim constituída: presidente - Nadir Domingues Fonseca, vice-presidente - Antonio Buranelo, secretário - Nivaldo Alves Moura, tesoureiro - Jesuíno Vieira Lopes e os seguintes membros: Mamede Malaquias da Silva, Kairon Neves de Freitas, Sebastião Ivomir Dias da Silva, Liocádio Vieira de Moraes, João Pedrosa Fagundes, João Oliveira Gouveia Neto, Jordair Rodrigues Goulart e Carlos Pereira Ramos.


        Com a aprovação legislativa, a justiça eleitoral marcou para  15/11/87 a realização do plebiscito. O resultado foi o esperado: a quase unanimidade dos votos. Em 30/12/87, o governador Henrique Antônio Santillo cumpria promessa ao sancionar a lei que criava o município de Gouvelândia. Estava cumprida a missão política e concluída a mais importante fase da história da promissora comunidade - a da sonhada independência. Daquele momento em diante poderiam  decidir sobre o futuro, ao se proclamarem orgulhosamente cidadãos gouvelandenses! 


         Deve-se ressaltar o esforço empreendido pelo saudoso José Carvalho de Gouveia, um dos filhos do Gouveinha, que investiu de corpo e alma na idéia, tornando-se um baluarte do movimento. José Gervásio Mamede foi o grande líder da emancipação. Mas muito contribuíram como Mamede Malaquias da Silva, Nadir Domingues da Fonseca, Washington Andrade da Silva, Jordair Rodrigues Goulart, José do Nascimento Januário, Jesuíno Vieira Lopes, Jadyr Montes Ferreira, Dalvo Antonio Carvalho Gouveia, Ademar Macedo dos Santos Júnior, Aldo Rosa Ribeiro, Wilmar de Assis Mendes, Osvaldo Rosa de Oliveira, Manoel Ferreira de Lima, Nivaldo Alves de Moura, João Batista da Fonseca, José Aldo Moreira, Moacir Alves da Silva, José Jorge Pimenta, Silvio Antonio Pereira, Izoldino José Soares, Orlando Rosa de Oliveira, Joaquim Pedro Aguiar, José Martins Ribeiro, Marcélio de Faria, Manoel Dantas de Araújo, Joana Carvalho de Jesus, Vital Pereira de Araújo, Nadir de Freitas Pimenta, Osvaldo de Carvalho, Gari Moreira da Silva, Areno Rosa Ribeiro, Jesuíno Vieira Lopes Júnior, Otenásio Resende da Silva, Lídia Maria Borges, Valda Campos Gervásio, Longuinho Machado Borges, Manoel Dantas de Araújo, Geovani Alexandre da Costa, Laerte José Rodrigues, Wanderley Malaquias da Silva, Divino Aparecido do Prado, Ironídio Alves Monteiro, Maria Suiene Oliveira Vieira, Elismar Dias Gouveia e Adaece Inocêncio de Queiroz, entre outros.

Outras conquistas

       Em dois mandatos de deputado, Ângelo Rosa ajudou Gouvelândia ao viabilizar junto ao governo estadual os seguintes benefícios: construção de um graneleiro com cobertura metálica, para 25.000 toneladas; construção do Hospital Municipal; doação de 10.000 metros quadrados de asfalto urbano; ampliação do sistema de abastecimento de água, para toda a cidade; instalação do escritório da Saneago, emancipação Política do Município; construção de um moderno ginásio de esportes; asfaltamento da rodovia para Cachoeira Dourada; asfaltamento da rodovia para Quirinópolis; instalação da agência do Banco do Estado de Goiás- BEG; abertura da Agenfa Estadual; doação de uma viatura de polícia; convênio para construção da Praça da Matriz, entre outros benefícios. 


Ângelo Rosa Ribeiro, ex-deputado representante de Gouvelândia e ex-secretário estadual das pastas da agricultura e do planejamento e coordenação.

5 comentários:

  1. Muito boa a reportagem, estive em Gouverlândia em 1984 ... mais ou menos,o povo daí nunca me esqueço, povo bom Hospitaleiro, quem me levou? ...
    Meu Amigo Divino que trabalhava na Brasil Central la em GOIANIA, Abraço a ele e toda sua familia seu pai,SH. José, sua mãe dona Maria, ele tinha uma irmã e dois imaõs,gostaria muito de manter contato com éssa gente boa denovo, mais de vinte anos e parece que foi hontem, eles me deram um monte de apelido ai CHÊ, Paraná, é porque sou de Santa Catarina, mais meu nome é Edson moro em UBERLANDIA MG.se um dia conseguir contato com alguem deles, vo ai passear... Abraço !

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    1. Olá o nome dele era divino aparecido do Prado , divino bananeira de for infelizmente ele faleceu 2018 09 Dezembro ao 60 anos de infarto

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  2. Em 1955, chegou Valter José da Silva (Santinho), o primeiro farmacêutico prático do lugar,que por sinal fez muito pelo povo de Gouvelandia,salvou vidas,trouxe outras ao mundo como parteiro,no seu velho jipe ,muito amigo do sr Gouveia que faleceu nos braços de papai...e só acho que ele nao teve o reconhecimento devido nem com o nome dele em placa de rua.."Walter jose da silva ou "santinho" como era conhecido. fica a dica!! antes tarde do que nunca

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  3. Eu conheci seu pai...cara nota 10...demos até uma briga uma vez kkkk coisa de moleque...conheci seu irmão o mais velho e o mais novo...que é da minha idade...
    Saudades e o que não falta . Abraços

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  4. Nem sabia que tinha cidade com meu sobrenome kkk sou Gouveia.

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