terça-feira, 30 de julho de 2013

A eleição do FAZ DE CONTA

A Eleição do FAZ DE CONTA

O Art. 41 da Lei Eleitoral diz que é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, sob pena de multa, cassação do registro ou do diploma, se eleito.
O texto legal não deixa dúvida, mas na prática entram em cena ingredientes sociais, culturais e eleitoreiros, como no diálogo:

- Você viu alguém doando, oferecendo, prometendo, ou entregando alguma coisa nesta campanha ao eleitor?
- Foi o que eu mais vi..., mas não sei se em troca do voto.
- Então, foi em troca do quê? Faça-me o favor!

A lei por um lado mostra a sua face de rigidez, ao proibir qualquer doação, inclusive brindes, como bonés, chaveiros, etc. Por outro, permite reeleição de prefeitos, no exercício de seus mandatos, autorizados a executar orçamentos milionários, onde tudo é permitido.

- Os candidatos “chapas brancas” compraram muitos votos por aí?
- Compraram sim, senhor! E meu candidato levou tinta.
- Mas, você protestou, mostrou as provas para a justiça?
- Pois é..., não teve jeito: a autoridade disse que a eleição foi muito limpa!

A lei eleitoral tem sido a lei do faz de conta. O eleitor faz de conta que não sabe e facilita. O candidato faz de conta que não se lembra e abusa. Ou vice-versa, porque a ordem dos fatores não altera a lambança. A justiça eleitoral faz concessões, conciliações e fecha os olhos, torcendo por um final feliz.

- Você viu o “Caixa Dois” por aí?
- Não vi, só ouvi você falar.
- Descasque este abacaxi!
  Não é hora de apurar?

Em campanha eleitoral de outrora, também considerada limpa, certos candidatos prometeram livrar a população de taxas e taxas. Tudo impossível de se conceder.  Ao compromisso deram ampla publicidade. Receberam a contrapartida em votos, mas a dívida não foi paga e, até hoje, ninguém responsabilizado.
        
Basta.  É preciso avançar!                
Ontem foi a vez do estelionato.
Hoje, o faz de conta, a compra de votos. 
Amanhã, qual será o prato?

         Enquanto os espertos não cumprem a lei, viva a ética, a justiça eleitoral e a cidadania nesta Pátria Amada!


Ângelo Rosa foi professor da EV-UFG e é o  atual presidente do PSDB de Quirinópolis. 

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