O trágico fim do Tio João Andrade
Não
se tem notícia de que o pioneiro João Braz de Andrade tenha cortado sua barba
em algum momento de sua vida. Ele é um personagem real e viveu na região do
Paredão, desde o tempo da chegada dos seus primeiros habitantes. Ali possuía uma
modesta gleba de terras, de onde tirava o sustento de sua família. Até hoje se vê alguém falar do Tio
João, como era e como ficou conhecido. Dele descendem muitos dos Andrades, uma
das maiores famílias do município.
O Tio João era
daquelas pessoas que se uma vez fosse vista jamais seria esquecida: um velho
muito respeitado, com um estilo de vida muito reservado, que impressionava
pelas longas barbas, mas que possuía um coração bondoso. Conversava pouco e vivia
no trabalho. Seus amigos muitas vezes o pediam para que se livrasse daquelas
barbas que chegava a cobrir boa parte de seu corpo, até o advertiam pelos
perigos de acidente, mas ele tinha a intenção de nunca tirá-las.
Até
que um dia, já bem velhinho, teria sofrido um acidente pouco explicado em seu quarto e caído com
uma candeia na mão, quando tentava reabastecê-la, pegando fogo em sua enorme
barba, em um acidente fatal.
Desaparecia
assim o tio João Andrade, mas tornou-se um imortal, por ter sido um pioneiro,
pela numerosa família deixada, pelo seu tipo barbado, introspectivo, reservado e pelo seu trágico fim.
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