terça-feira, 30 de julho de 2013

Lições de "O Monge e o Executivo"


O Monge e o Executivo

                Este é o título do livro de James Hunter, originalmente denominado “O Servidor”, nos EUA. Entretanto, a primeira edição brasileira se chamou “O Monge e o Executivo. Em essência, versa sobre o desenvolvimento da liderança, como forma de desenvolver missões em diferentes áreas da atividade humana.

            Segundo Hunter a mais importante dica para alguém se tornar líder é seguir a regra de ouro, qual seja, a de tratar o semelhante tal como você gostaria de ser tratado. Mas para isso é preciso ser disciplinado e melhorar sempre as suas atitudes e procedimentos. Desenvolver liderança implica em ter habilidade, tratar as pessoas com amor e servir sempre. Por habilidade entende-se algo que você pode adquirir, aprender e ensinar. Ninguém nasce com habilidade, mas a adquire com o tempo, no trato com as pessoas e com as demandas da vida.

            Liderança na opinião do escritor não é o mesmo que gerenciamento, que tem a ver com regras, planejamento estratégico, metas, busca de resultados, que todos os executivos conhecem. Liderança seria “influenciamento”, se este fosse um termo adequado para a língua portuguesa. Para um executivo, a presença de um gestor que exerça liderança sobre seus comandados seria fator de muita importância para deixar melhor sua empresa.

            Exercer liderança é, por exemplo, estimular os funcionários de sua empresa a se sentirem donos dela. Certo empresário de aviação, nos EUA, decidiu que em sua empresa quem o representava seria as aeromoças, pelo fato delas estarem diretamente ligadas com os seus clientes. Então,  incentivou-as a assumirem a condição de donas da companhia. Para tanto desenvolveu estratégico treinamento, ensinando-as a saudarem os passageiros com um “Bom Dia, seja bem-vindo a nossa empresa!” Simples funcionárias começaram a falar com a convicção dos donos e empregavam o coração nestas ações. Os resultados foram os melhores, sendo comentados e imitados em muitas empresas, em todo mundo. Para que isso ocorresse foi preciso mais do que poder e autoridade. Foi preciso desenvolver uma grande afinidade, uma enorme confiança. E mais do que isso - foi preciso amar as servidoras, valorizando-as, desenvolvendo seus potenciais.

            Para avaliar sua relação com seus servidores seria bom que fizesse a si mesmo a seguinte pergunta: Você gostaria de trabalhar para você mesmo, sendo o patrão? Muitos são os que se julgam poderosos, gritam com seus funcionários e provocam reações desastrosas em cadeia. Ao seu exemplo, os funcionários estressados gritam com suas esposas. Estas, com seus filhos e, ao final, sobra até chutes para os cachorrinhos,  no quintal. A vida de todos vira um inferno. Eu perguntaria, ao ensejo, se você ensina o seu filho a resolver conflitos com seus irmãos?  Ser bom gerente de empresa, de família e de negócios não será possível se antes de tudo não se tornar um verdadeiro líder.

O que é caráter

            Bom ou mal depende do que você faz, de suas atitudes. O bom é o que faz sempre o certo. Mas o seu caráter pode ser melhorado. Depende de seu esforço para melhorar. Ocorre com o tempo, com a maturidade. Caráter é diferente de personalidade, que já está formada aos seis anos de vida. O coeficiente de inteligência também se encontra  definido aos quinze anos. O caráter tem a ver com a natureza humana, pois pode evoluir. Por isso é tido como a glória do ser humano, no que difere dos animais, por ser ele capaz de fazer algo que não é natural, até ficar natural. Por isso faça o que de melhor possa fazer todo dia, no sentido de se tornar sempre melhor. Mudar através de ações honestas, sinceras. Exercer liderança é ser capaz disso. Agindo assim você pode influenciar e melhorar o caráter de muitos que o cerca e admira.

O perigo do egoísmo

            Há uma unanimidade entre pensadores, escritores de livros de auto-ajuda e religiosos sobre a inconveniência do egoísmo, que é considerado a fonte de nossos problemas. O egoísta não é capaz de levar seus projetos a bom termo, simplesmente porque quer o sucesso só para si e, por isso, na maioria das vezes acaba sozinho.

Poder e autoridade

            Gandhi sacrificou-se pelo seu país. Jesus deu a vida para que a humanidade entendesse sua mensagem e pudesse viver em paz. Daí vem a sua autoridade, que de fato confere poder. O poder que vale a pena é aquele que se aufere da autoridade, que advém do tempo ou do valor da servidão, como é a autoridade do pai, da mãe. Nada mais errado que imaginar que o poder venha da força, no sentido de obrigar a fazer, que quase sempre resulta em problemas maiores. Nem vale a pena o poder auferido pelo obsoleto sistema piramidal de gerenciamento, em que ao se agradecer o chefe, vira-se o bumbum para o cliente.

Valorize sua luta

            É preciso sacrifício para se exercer liderança. Mas há aquele que não reconhece a sua luta. Fuja dele. Tire a erva daninha de seu jardim. Sirva, sacrifique-se, mas valorize sua luta.

Amar é servir

            Nenhum líder do mundo chegou próximo de Jesus em termos de capacidade de servir, influenciar e mudar as pessoas. Foi dele o ensinamento de que “aquele que quiser ser líder, tem que antes ser servidor” Dai o ditado de que quem não serve para servir, nem serve para viver.Todos os grandes líderes falaram de amor e praticaram-no.  Amar não é apenas apaixonar-se, ter sentimentos fortes por alguém. Amor é ação, é o que se faz pelo próximo, pelo irmão. Oferecer tudo que você for capaz, para que o outro seja melhor. Dar as ferramentas, os meios, tanto na empresa, como em qualquer relacionamento. Isto é amor. Amar é essencial para o desenvolvimento da liderança. Veja a definição de amor de 2 mil anos atrás. Ela já contemplava os conceitos necessários para o exercício da liderança. Só com amor se consegue a confiança que resulta na união para superar desafios.

            Todo mundo quer mudar o mundo. Mas ninguém quer mudar a si mesmo. Comece devagar, mas experimente as mudanças, com base na melhora do seu caráter, com a prática do amor e servindo sempre. Todavia, antes de perguntar pela melhora do outro, pergunte para si mesmo: o que você fez para melhorar?


                                                                Adaptação do texto de JAMES HUNTER

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