O
Brasil nunca será o mesmo depois da instituição da delação premiada, da
interceptação telefônica autorizada pela justiça e da ação desta
juventude idealista - vide Moro, que toma conta dos tribunais, do
ministério público e da polícia federal. Agora, sim, a corrupção perderá
força. O povo aprendeu a tomar às ruas para fazer valer a
Constituição de 88.
Ah! Não esqueçamos que o berço e a fonte vital da corrupção - as campanhas eleitorais, sofreu grande baque por decisão do STF. Sem a dinheirama das empreiteiras, os candidatos mal intencionados ficarão desestimulados. O imoral balcão de negócios pré-eleitoral ficará à mingua. O marketing terá menos dinheiro e será menor a enganação promovida nas eleições.
Aos
quadrilheiros de plantão, aos que se enriquecem as custas de mandatos
públicos em todos os escalões. Pensem. Delator é 'coisa' perigosa.
Cuidado com o parceiro. Preso, por qualquer razão, ele vai abrir a boca.
De fora, você perderá o sono e logo poderá também ir parar a cadeia. Está demonstrado que apareceu um problemão para os corruptos. Todavia, é uma graça para quem paga impostos - a nação agradece.
Salve, salve!
Veja o texto de Reinaldo Azevedo,
17/06/2016, às 6:47 sobre a vitória de um delator que
acaba de provocar enorme estrago no banditismo que assola o país e sobre
a necessidade de ajustes nesta novidade da justiça.
Todo bandido sonha ter o destino que a Justiça e o MP deram a Machado. Ou: Quando o crime compensa
O homem vai passar três anos encerrado numa mansão, coitadinho!, com piscina e quadra poliespoertiva. É acintoso!
Ah, a doce vida de Sérgio
Machado! Todo canalha sonha ser como ele quando virar gente grande e
bem-sucedida. Olhem que poucas pessoas fizeram tanta lambança como
ele. E, no entanto, daqui a pouco, estará por aí todo pimpão.
Segundo confessa, repassou mais
de R$ 100 milhões da Transpetro em recursos ilegais. Aceitou pagar uma
multa de R$ 75 milhões. Acusou pessoas de A a Z de vários partidos,
voltou décadas na história para denunciar Deus e o mundo, recontou a
história como quis, envolveu a própria família nas trapaças, mas, como
vimos, está arrependido e quer que o Brasil seja um cabaré mais
sério.
Ninguém, até agora, acusou tanto e
se deu tão bem. Não vai para a cadeia. Deve ser condenado a mais de
20 anos, pena que logo será convertida em alguma outra coisa bem
levinha. O máximo que vai amargar, vejam vocês, são três anos em
regime domiciliar. Ficará em uma mansão em Fortaleza, com piscina e
quadra poliesportiva.
A Folha informa
que poderá conviver com 27 pessoas, basicamente familiares. Ah, sim:
ele incluiu também um padre. Afinal, é um homem pio.
Seus três filhos, Daniel, Sérgio e
Expedito, que também participaram do acordo, não arcarão com qualquer
pena. Sérgio, que era o segundo homem do Credit Suisse no Brasil,
teve de deixar o cargo e diz ter sido enganado por Expedito.
Considerando o padrão do pai, não duvido.
Já disse que considero a delação
premiada um instrumento importante, sim, no combate ao crime. Eis aí:
estamos vendo o estrago que a Lava-Jato provocou no banditismo que
havia tomado conta do país. Mas me pergunto se não está faltando certo
disciplinamento, não é?
Olhem a enormidade de crimes que
Machado admite ter cometido. E de forma reiterada. Transformou,
insisto, a própria família numa organização criminosa, enganando, todo
indica, até um dos filhos.
Vai devolver R$ 75 milhões, mas, como se vê, não ficará na penúria. E a pena que lhe será imposta, convenham, é ridícula.
Ah, sim, ele terá de usar tornozeleira eletrônica.
Sem dúvida, Machado tem razões para achar que a delação compensa. No seu caso, vamos ser claros, o crime também.
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