Era
1914. A jovem Josina Rosa de Morais, que havia se desvencilhado de um casamento
mal sucedido, encontrava nova chance de constituir uma família. Apaixonou-se e consentiu ter como companheiro Sebastião Ovídio Ribeiro, conhecido por Sebastião Meia-Légua, que herdou o
apelido do pai, o negro Antônio Meia-Légua, natural do
Prata-MG, que pela força de seu cantar, podia
ser ouvido a cerca de três quilômetros.
Nesta época, o pai de Josina - o pioneiro Francisco
Rosa de Morais, estava cumprindo pena na cidade de Goiás, na
antiga capital do Estado, por algum motivo não bem esclarecido. O jovem Sebastião
era considerado um sujeito folgado, pois era violeiro e cantor, criado nas fazendas do
coronel Jacinto Honório e tinha os agravantes de ser valente, gostar de festas e
ser da raça negra.
A união, portanto, não foi bem recebida por alguns familiares mais conservadores, principalmente depois que o jovem teria negociado a troca de 20 alqueires de terras da família da esposa por uma mula com a arreata e uma sanfona nova. Era tudo que agradava o vaidoso jovem, mas o assunto rendeu a ele uma baita mal querência familiar, com os contrários exigindo que se desfizesse o negócio, sem sucesso.
A união, portanto, não foi bem recebida por alguns familiares mais conservadores, principalmente depois que o jovem teria negociado a troca de 20 alqueires de terras da família da esposa por uma mula com a arreata e uma sanfona nova. Era tudo que agradava o vaidoso jovem, mas o assunto rendeu a ele uma baita mal querência familiar, com os contrários exigindo que se desfizesse o negócio, sem sucesso.
Nestas
alturas, a jovem Josina tinha se
engravidado e esperava para ter o Francisco, o primeiro filho do casal, mas a
implicação colocava em risco o futuro de seu rebento. Teve que esconder a barriga grávida.
Os desafetos de Meia-Légua descobriram e não queriam o nascimento da ‘cria do Meia-Légua’ como falavam. A
mãe receava que iriam subtrair-lhe a criança e dar fim a mesma.
Os
irmãos e amigos do casal, então, foram até Rio Verde buscar a ajuda do padre
para pacificar os ânimos. O religioso chegou para celebrar missa e realizar batizados. No seu sermão o padre defendeu o direito de Josina de ter seu filho e criá-lo como filho de Deus, apresentando o recém nascido
aos presentes.
O
pior momento tinha passado, mas a implicação não. Os desafetos a partir de
então começaram a chamar de ‘Os Meia-Légua’ ou ‘Os Negrinhos da Josina’, a todos os filhos do Sebastião, numa clara discriminação, pois nem
eram tão escuros assim.
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